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Trump declara em Tóquio que EUA são aliados do Japão "ao mais alto nível"

"Sempre tive grande amor e respeito pelo Japão", revelou o presidente norte-americano.

28 de outubro de 2025 às 08:36

O Presidente norte-americano garantiu esta terça-feira à primeira-ministra japonesa que Washington é um aliado de Tóquio "ao mais alto nível", num momento em que os Estados Unidos exigem que o arquipélago aumente gastos com defesa.

"Sempre tive grande amor e respeito pelo Japão. Quero garantir que esta será uma relação especial (...) Somos um aliado ao mais alto nível", disse Trump.

Sanae Takaichi, no cargo de primeira-ministra há uma semana, indicou que quer inaugurar uma "nova era de ouro" nas relações Japão-EUA, numa altura em que Tóquio enfrenta o crescente poder militar do vizinho chinês.

Tóquio é a segunda etapa da viagem do Presidente norte-americano pela Ásia, depois da Malásia e antes da Coreia do Sul, onde terá lugar, na quinta-feira, o encontro com o homólogo chinês, Xi Jinping, que deverá selar um compromisso comercial entre as duas potências.

Donald Trump observou na segunda-feira que Takaichi era "uma grande aliada e amiga" do antigo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, assassinado em 2022, de quem ele próprio se tornou particularmente próximo durante o primeiro mandato na Casa Branca.

A líder japonesa agradeceu a Donald Trump a "amizade duradoura" com Shinzo Abe, notando estar impressionada e sentir-se inspirada pelo dirigente norte-americano.

A defesa será um ponto central deste encontro. Trump exige que os aliados dos Estados Unidos aumentem as despesas militares para continuarem a beneficiar da proteção norte-americana.

Sanae Takaichi anunciou que o Japão vai aumentar o orçamento de defesa para 2% do produto interno bruto (PIB) a partir do atual ano fiscal, que termina a 31 de março, dois anos antes do calendário previamente estabelecido.

Cerca de 60 mil militares norte-americanos estão estacionados no Japão, e Donald Trump vai visitar esta terça-feira alguns deles a bordo do porta-aviões USS George Washington, ao largo de Yokosuka, sul de Tóquio.

Para colocar o bilionário de 79 anos na melhor disposição, o Governo japonês planeia, de acordo com a imprensa local, oferecer-lhe tacos de golfe que pertenceram a Shinzo Abe e bolas de golfe banhadas a ouro.

Tóquio também poderá revelar a compra de uma centena de carrinhas de caixa aberta Ford F-150, num gesto de boa vontade comercial.

O comércio também deverá dominar a conversa entre Sanae Takaichi e Donald Trump, que lançou uma ofensiva protecionista generalizada desde o regresso ao poder em janeiro.

O Japão e os Estados Unidos já chegaram a um acordo comercial neste verão, mas alguns pontos permanecem em aberto.

Em meados de setembro, Washington reduziu para 15% os direitos aduaneiros totais sobre automóveis japoneses, um setor crucial para as exportações e o emprego do país asiático. Os fabricantes japoneses gostariam de ver essa taxa reduzida ainda mais.

Outro tema de discussão é a forma que assumirão os 550 mil milhões de dólares (471 mil milhões de dólares) de investimentos japoneses em solo norte-americano, previstos no acordo concluído em julho.

Donald Trump semeou a confusão ao apresentar esse montante como uma espécie de transferência colossal que o Japão faria para os Estados Unidos. O negociador japonês Ryosei Akazawa precisou que apenas 1% a 2% do montante seriam investimentos diretos reais, sendo o restante composto por empréstimos e garantias de empréstimos.

De acordo com a televisão japonesa NHK, Tóquio e Washington também deverão assinar protocolos sobre terras raras e construção naval, setor em que os Estados Unidos pretendem recuperar o atraso.

Donald Trump reúne-se ainda hoje com líderes de empresas japonesas.

Na quarta-feira, viaja até à Coreia do Sul, para uma visita mais uma vez dominada por questões comerciais. É aí que vai encontrar-se com o Presidente da China, Xi Jinping, com o objetivo de pôr fim à guerra comercial com Pequim, marcada por direitos aduaneiros e várias restrições.

"Penso que vamos chegar a um acordo", afirmou na segunda-feira Trump.

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