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A varíola dos macacos é de novo uma emergência global: O que deve saber sobre a doença com potencial de transmissão

Aumento de casos, com mais de 500 mortes confirmadas, em mais de uma dezena de países em África, esta semana, levou a OMS a voltar a tomar medidas.

14 de agosto de 2024 às 20:57

O potencial para uma disseminação 'muito preocupante' fez com que a Organização Mundial da Saúde declarasse o surto de Mpox como uma emergência pública internacional pela segunda vez no espaço de dois anos. A decisão foi tomada devido ao aumento de casos, com mais de 500 mortes confirmadas, em mais de uma dezena de países em África, esta semana. Saiba o que é a varíola dos macacos e os cuidados que deve ter. 

A varíola dos macacos é uma doença viral, causada por um vírus do género Orthopoxvirus, que pode ser contraída através do contacto com pessoas e animais infetados, bem como objetos contaminados.

Quais os sintomas?

Segundo a OMS, os sintomas mais comuns da doença são a erupção cutânea ou lesões nas mucosas que podem durar entre duas a quatro semanas, acompanhadas de febre, dores de cabeça, dores musculares, dores nas costas, falta de energia e gânglios linfáticos inchados. Quem tem um sistema imunitário mais frágil pode apresentar os sintomas durante mais tempo. 

A maioria das pessoas consegue recuperar na totalidade, mas há quem chegue a apresentar sintomas mais severos. As complicações incluem: pneumonia, infeção da córnea com perda de visão; dor ou dificuldade em engolir, vómitos e diarreia; sépsis, inflamação do cérebro (encefalite), do coração (miocardite), do reto (proctite), dos órgãos genitais (balanite) ou das vias urinárias (uretrite), ou a morte.

Como se transmite?

O vírus entra então no corpo através da pele ferida- devido às erupções cutâneas-, das superfícies mucosas (por exemplo, oral, faríngea, ocular, genital, anorrectal) ou através do trato respiratório. As relações sexuais e até mesmo os beijos podem constituir uma forma de transmissão. 

No que toca à transmissão por animais, continuam a ser realizados vários estudos. Sabe-se que quando um animal infetado morde ou arranha um ser-humano tem também a probabilidade de transmitir a doença. 

A varíola também pode ser transmitida com o contacto com objetos contaminados, como roupa ou lençóis, através de ferimentos provocados por material cortante nos serviços de saúde ou em ambientes como estúdios de tatuagem.

Como diagnosticar?

É preciso ter cuidado para não confundir a varíola dos macacos com doenças que possam causar sintomas semelhantes. É importante distinguir a varíola dos macacos da varicela, sarampo, infeções bacterianas da pele, sarna, herpes, sífilis, outras infeções sexualmente transmissíveis e alergias associadas a medicamentos. Para tal, fazer a despistagem torna-se essencial para evitar uma maior propagação.

As melhores amostras para o diagnóstico são colhidas diretamente da erupção cutânea- pele, fluido ou crostas.

Qual o tratamento?

De acordo com a OMS, o tratamento da varíola dos macacos passa por tratar a erupção cutânea, controlar a dor e prevenir complicações. Os cuidados precoces e de apoio são importantes para gerir os sintomas e evitar mais problemas.

Para tratar as feridas, duas opções são utilizar compressas com água salgada e tomar banhos quentes e colocar bicarbonato de sódio.

A vacina contra a Mpox pode ajudar a prevenir a infeção e deve ser administrada no prazo de quatro dias após o contacto com alguém que tenha varíola (ou até 14 dias se não houver sintomas). 

Cuidados pessoais a ter?

Caso seja diagnosticado com a doença, deve evitar sair de casa e, se possível, manter-se no seu quarto, sem tocar em objetos partilhados. As mãos precisam de ser lavadas com frequência e evite coçar as feridas, para não retardar o processo de cicatrização. 

Quando estiver sozinho, mantenha a pele seca e descoberta, mas em contacto com outras pessoas, utilize máscara e cubra as feridas. 

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