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Alterações climáticas podem deixar um quarto da Antártida sem gelo em 2100

Estudo da Divisão Australiana da Antártida estima que mudanças podem trazer consequências graves ao nível das espécies.

29 de junho de 2017 às 07:22

Uma investigação publicada esta quinta-feira revela que as alterações climáticas podem vir a aumentar em 25% a área sem gelo da Antártida no final do século, um cenário que provocaria drásticas mudanças na biodiversidade do continente.

A zona sem gelo representa atualmente cerca de 1% da superfície do continente - cuja área total é de aproximadamente 14 milhões de quilómetros quadrados -, figurando como o lugar onde se concentra quase toda a sua fauna e flora.

Uma investigação realizada pela Divisão Australiana da Antártida (AAD, na sigla em inglês), a primeira a estudar o impacto das alterações climáticas nas zonas sem gelo na Antártida, prevê que estas se expandam e se unam entre si.

Segundo Aleks Terauds, investigador da AAD, à luz da previsão, o desaparecimento do gelo em 2100 vai fazer emergir aproximadamente 17.267 quilómetros quadrados de terreno, o que representa um aumento de quase 25%.

"Tal vai oferecer novas áreas de expansão a espécies autóctones, mas também pode vir a causar a propagação de espécies invasoras e, a longo prazo, a extinção das espécies nativas menos competitivas", disse Aleks Terauds, citado num comunicado da AAD.

A investigadora Jasmine Lee assinalou que, ao contrário de estudos anteriores centrados na redução da camada de gelo e no potencial impacto no aumento do nível do mar, o novo trabalho foca-se nos efeitos na biodiversidade do continente gelado.

Lee indicou que as atuais zonas sem gelo constituem importantes zonas de reprodução de focas e aves marinhas, além de acolherem invertebrados, fungos e líquenes endémicos.

A investigação, publicada pela revista Nature, foi apresentada diante do Comité para a Proteção do Ambiente durante a reunião consultiva do Tratado da Antártida que decorreu, em maio, na China.

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