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Apanhado terrorista do chapéu

Foi identificado pelo taxista que transportou os bombistas.

27 de março de 2016 às 03:05

O terceiro membro do comando terrorista que atacou o aeroporto de Bruxelas, que surge nas imagens de videovigilância ao lado dos dois bombistas suicidas que se fizeram explodir no terminal, foi capturado pela polícia belga. Fayçal Cheffou foi detido quinta-feira no centro de Bruxelas e formalmente identificado pelo taxista que transportou os terroristas ao aeroporto.

O ‘terrorista do chapéu’, como foi batizado pela imprensa belga, foi um dos seis suspeitos detidos nos raides realizados pela polícia em vários pontos de Bruxelas na quinta-feira. Desde o início que as autoridades suspeitavam que Cheffou podia ser o ‘terceiro homem’ do comando terrorista que atacou o aeroporto de Zaventem, mas a confirmação só chegou depois de ter sido visualmente identificado pelo taxista que transportou os três terroristas ao aeroporto na manhã de terça-feira. De imediato, a polícia fez buscas na sua casa, mas não encontrou armas nem explosivos.

Fayçal Cheffou, que trabalhou como jornalista freelancer, já era conhecido da polícia pelo seu radicalismo. O burgomestre de Bruxelas, Yvan Mayeur, denunciou-o várias vezes às autoridades por tentar recrutar pessoas para combater na Síria entre os refugiados e sem-abrigo no Parque Maximilien, no centro da capital belga.

Presente a um juiz na sexta-feira à tarde, foi formalmente acusado de terrorismo, homicídio terrorista e ligações a um grupo terrorista. Na mesma ocasião, um outro suspeito, identificado como Aboubakar A., foi acusado dos mesmos crimes, desconhecendo-se, no entanto, qual o seu papel nos ataques de terça-feira, que causaram a morte a 31 pessoas.

Entretanto, a Marcha Contra o Medo agendada para esta tarde em Bruxelas foi adiada por tempo indeterminado, na sequência de um apelo das autoridades, que alegaram não ter meios humanos suficientes para garantir a segurança dos participantes.

"É só estar no local errado à hora errada"

ruxelas tenta voltar à normalidade, mas a presença constante de militares nas ruas, polícia em toda a parte, velas e flores pelo chão da cidade relembram constantemente os ataques de terça-feira. A comunidade portuguesa está preocupada com a escalada da violência.

"Pelo menos nestes últimos quatro ou cinco dias, penso que nós não estamos aqui a fazer nada. Em Portugal aquilo está melhor", disse Rui Garcia, emigrante na Bélgica há 29 anos, dono de uma pastelaria portuguesa que vende 10 mil pastéis de nata por semana. Na terça-feira, o filho tinha apanhado o metro. Rui Garcia, natural do Alentejo, não ganhou para o susto. "É só estar no local errado à hora errada. Assim que vi as notícias, comecei logo a ligar-lhe a ele e para a escola, mas fecharam as ruas. Bruxelas estava parada", contou ao CM.

A Avenida da Coroa tem muitos estabelecimentos portugueses. Aqui também se choraram as vítimas do ataque terrorista. "Soube que a namorada de um amigo meu tinha falecido: a Sacha, uma americana que ia para os Estados Unidos", conta Vanessa Garcia, de 22 anos. "Aí é que fiquei mesmo muito abalada porque conhecia alguém que faz parte das vítimas", concluiu.

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