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Apoiantes de Donald Trump invadem Capitólio

Milhares de pessoas atacaram a polícia, forçaram as barreiras de segurança e entraram na sede do Congresso dos EUA.

07 de janeiro de 2021 às 01:30

Milhares de apoiantes de Donald Trump atacaram esta quarta-feira a polícia e invadiram o Capitólio dos EUA, forçando a interrupção da sessão do Congresso que certificaria a vitória de Joe Biden nas presidenciais. O edifício teve de ser evacuado, à medida que a multidão vencia as frágeis barreiras policiais, partindo janelas e forçando portas para entrar no recinto.

Centenas de pessoas, com bandeiras de apoio a Trump e muitas delas com capacetes militares e camuflados, conseguiram mesmo invadir gabinetes de congressistas e nem a ameaça de uso da força por parte da escassa força policial do Capitólio os impediu de aceder às salas onde pouco antes decorria a sessão solene que devia formalizar a eleição de Biden.

A invasão fez vários feridos, entre os quais uma mulher que estava esta quarta-feira em estado crítico. A segurança teve mesmo de usar a ameaça de armas para travar a invasão da Câmara de Representantes enquanto os congressistas eram retirados. Foram também disparadas granadas de gás lacrimogéneo. Noutras partes da capital, a polícia foi chamada para desarmar o que se dizia serem bombas artesanais.

A Guarda Nacional e a polícia de intervenção só tardiamente foram chamadas para reforçar a frágil segurança do Capitólio e controlar uma multidão que manteve, até ao cair da noite, o cerco ao edifício símbolo da democracia dos EUA. À hora de fecho desta edição a situação mantinha-se tensa, com as forças da ordem incapazes de afastar os manifestantes que ocupavam ainda partes do edifício.

Foi decretado o recolher obrigatório em Washington mas desconhece-se quando e onde será retomada a sessão do Congresso esta quarta-feira interrompida.

Democratas vencem e garantem controlo do Senado

Raphael Warnock, o pastor batista que enfrentava a republicana Kelly Loeffler, foi declarado vencedor com mais de 50 mil votos de vantagem, enquanto o seu colega de partido Jon Ossoff bateu o republicano David Perdue por cerca de 25 mil votos. A reduzida diferença entre os dois últimos levou a que várias televisões hesitassem de início em atribuir-lhe a vitória apesar de o próprio já se ter declarado vencedor, mas acabaram por fazê-lo ao cair da noite, quando a diferença para Perdue ultrapassou os 0,5%.

Os democratas ficam assim com 50 lugares no Senado, os mesmos dos republicanos, mas terão a maioria graças ao voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris.

Alguns republicanos não perderam tempo a responsabilizar o presidente Trump pelo descalabro nas urnas. "Esta derrota recai inteiramente nos ombros do presidente e nas suas ações desde 3 de novembro", afirmou Gabriel Sterling, dirigente republicano da Geórgia, enquanto o senador Mitt Romney constatou: "Parece que dizer às pessoas que a eleição está viciada não é a melhor forma de convencer os eleitores."

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