A edição de hoje
Dois homens numa mota aproximaram-se do veículo da vereadora e dispararam várias vezes contra a janela no lado em que ela estava.
Duas vereadoras que estão em campanha para tentar a reeleição nas autárquicas brasileiras do próximo domingo nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo foram alvos de três atentados a tiro na noite desta quinta-feira. Em ambos os casos ninguém se feriu, mas os ataques ampliaram ainda mais o clima de tensão provocado por dezenas de atos de violência registados ao longo da campanha.
No Rio de Janeiro, o alvo dos tiros foi o carro da vereadora e ex-secretária do Verde e do Ambiente da cidade, Tainá de Paula, do Partido dos Trabalhadores, PT. Tainá, que disputa mais uma reeleição, vinha de um compromisso de campanha e foi atacada quando estacionou o carro, onde também estavam assessores, na Rua Senador Nabuco, em Vila Isabel, bairro na zona norte do Rio.
Dois homens numa mota aproximaram-se do veículo da vereadora e dispararam várias vezes contra a janela no lado em que ela estava. Foi um momento muito tenso, contou depois Tainá de Paula, mas o carro é blindado e a blindagem resistiu aos disparos e ninguém se feriu.
A 21 de maio, a vereadora já tinha escapado a um outro atentado ao chegar de noite a casa na companhia da filha. O motorista do carro em que estava nessa altura percebeu que dois homens que pareciam aguardar a parlamentar municipal estavam armados, impediu que elas deixassem o veículo e fugiu acelerando o mais que podia.
O outro ataque na noite desta quinta-feira aconteceu na zona sul de São Paulo, no bairro Jardim São Luís, e teve como alvo o carro da campanha da vereadora Janaína Lima, do Partido Progressistas, PP, de centro-direita, que está no segundo mandato e também tenta a reeleição. Enquanto a vereadora estava reunida com oito assessores numa casa próxima, dois homens numa mota passaram pela rua devagar, depois voltaram já de armas na mão e atiraram ao menos 11 vezes contra o automóvel dela.
Ao ouvir os tiros e saber que o alvo tinha sido o seu carro, no que considerou uma clara ameaça contra a sua vida, Janaína teve um ataque nervoso e uma crise de epilepsia e foi hospitalizada numa unidade de saúde da região, onde continuava sob cuidados médicos esta sexta-feira.
A campanha para as autárquicas brasileiras de dia 6 foi particularmente violenta este ano, com pelo menos duas centenas de atentados contra candidatos, assessores e familiares. Os números levantados pela imprensa dão conta de mais de 40 mortes nessas ações, mas não há um número exato porque cada estado brasileiro tem a sua própria polícia e regista esses crimes de forma diferente.
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