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Ataques têm "sérias implicações para segurança nuclear" afirma a Agência de Energia Atómica

Agência Internacional de Energia Atómica afirma que os ataques constituem uma violação das regras da ONU sobre ações armadas contra instalações atómicas.

13 de junho de 2025 às 10:17

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) afirmou que ataques como o desta sexta-feira, de Israel contra o Irão, têm "sérias implicações para a segurança nuclear" e constituem uma violação das regras da ONU sobre ações armadas contra instalações atómicas.

"Este é um desenvolvimento muito preocupante. Tenho afirmado repetidamente que as instalações nucleares nunca devem ser atacadas, independentemente do contexto ou das circunstâncias, uma vez que podem prejudicar tanto as pessoas como o ambiente", afirmou o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.

Dirigindo-se ao Conselho de Governadores da AIEA, Grossi recordou que numerosas resoluções da ONU afirmam que qualquer ataque armado a instalações nucleares pacíficas "constitui uma violação dos princípios da Carta das Nações Unidas, do direito internacional e dos Estatutos da Agência".

O exército de Israel atacou esta sexta-feira a capital do Irão, com o Governo israelita a afirmar ter como alvo instalações nucleares e militares.

A população de Teerão acordou com o som de explosões, sendo que a televisão estatal iraniana confirmou o ataque.

Entretanto a AIEA já confirmou que a central nuclear iraniana de Natanz foi atingida por bombardeamentos israelitas contra alvos militares e nucleares no Irão.

"A AIEA está a monitorizar de perto a situação preocupante no Irão. A Agência confirma que a central de Natanz está entre os alvos atingidos", escreveu a agência na rede social X, numa mensagem assinada pelo diretor-geral, Rafael Grossi.

A AIEA afirmou ainda que está "em contacto com as autoridades iranianas", para vigiar "os níveis de radiação", e com os inspetores da agência no país.

O chefe do Estado-Maior do Exército de Israel disse hoje que o país está a meio de "uma campanha histórica sem precedentes" contra o Irão.

"Esta é uma operação crucial para evitar uma ameaça existencial de um inimigo que procura destruir-nos", disse Eyal Zamir, numa declaração em vídeo.

Além de alegados alvos e instalações militares, Israel também tem como alvo cientistas nucleares iranianos e altos funcionários iranianos.

A morte do comandante-chefe da Guarda Revolucionária do Irão, o general Hosein Salami, foi confirmada, de acordo com a agência de notícias estatal iraniana IRNA.

O ataque ocorre numa altura em que as tensões atingem novos patamares devido aos avanços do programa nuclear de Teerão.

Na quinta-feira, o Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atómica censurou o Irão, pela primeira vez em 20 anos, por não colaborar com os seus inspetores.

Há anos que Israel alerta que não permitirá que o Irão construa uma arma nuclear, algo que Teerão insiste não querer --- embora as autoridades locais tenham alertado repetidamente que poderiam construí-las.

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