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Bolsonaro começa amanhã a ser julgado por tentativa de golpe de Estado. Pena de prisão pode chegar aos 43 anos

Estão previstas cinco sessões de audiência, com a duração de oito horas cada, devendo o julgamento terminar a 12 de setembro.

01 de setembro de 2025 às 01:30

O ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, começa esta terça feira a ser julgado por tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes, depois de ter perdido as eleições de 2022. Caso venha a ser condenado, a pena de prisão pode chegar aos 43 anos.

Estão previstas cinco sessões de audiência, com a duração de oito horas cada, devendo o julgamento terminar a 12 de setembro.

O antecessor de Lula da Silva encontra-se em prisão domiciliária, com pulseira eletrónica e, segundo as autoridades judiciais, o risco de fuga é elevado. Sábado, um juiz do Supremo Tribunal Federal, a quem compete julgar o caso, decidiu reforçar as medidas de vigilância, por forma a impedir qualquer tentativa de fuga de Bolsonaro, nomeadamente para os EUA.

Donald Trump tem sido muito crítico deste processo, considerando que se trata de uma “execução política”. A imposição de tarifas de 50% aos produtos importados do Brasil é vista, por muitos, como um castigo.

Certo é que o ministro do Supremo Tribunal Federal, o juiz Alexandre Moraes, determinou, no sábado, que todos as viaturas que saem da residência de Bolsonar deverão ser identificadas e alvo de fiscalização minuciosa, incluindo a abertura da bagageira. Pediu, ainda, o reforço da vigilância no perímetro exterior da área de residência. Haverá dois anexos e algumas zonas onde o sinal da pulseira eletrónica é fraco, ou até se perde, pelo que é necessária toda a atenção.

Além do crime de golpe de Estado, Bolsonaro é acusado de querer abolir o Estado de Direito Democrático, de liderar uma organização criminosa armada e de deterioração e dano qualificado contra o património.

A 8 de janeiro de 2023, recorde-se, milhares de pessoas atacaram, em Brasília, as sedes dos três poderes (Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal), uma semana após a tomada de posse de Lula da Silva.

Jair Bolsonaro é acusado de liderar o motim, apoiado pelos então ministros da Justiça, Gabinete de Segurança Institucional, Casa Civil e Defesa; pelo ex-comandante da Marinha; pelo ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência; e por um ex-ajudante. Esta terça feira, sentam-se todos no banco dos réus.

COMPLICAÇÕES

Bolsonaro tem enfrentado inúmeras complicações de saúde após o atentado. O trauma abdominal causado pelo esfaqueamento gerou aderências, cicatrizes internas que frequentemente provocam obstruções intestinais, que motivaram novas intervenções.

SEIS OPERAÇÕES

Bolsonaro foi internado pelo menos 11 vezes e sujeito a várias cirurgias. A última foi em abril. Foi submetido a uma intervenção abdominal para tratar uma obstrução intestinal. A cirurgia durou 12 horas e foi considerada a mais complexa desde o atentado.

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