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Bolsonaro mobiliza o exército para combater incêndios na Amazónia

Presidente brasileiro tem sido alvo de muita pressão internacional.

25 de agosto de 2019 às 01:30

Sob forte pressão internacional, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro mobilizou as Forças Armadas para ajudar a combater os devastadores incêndios na Amazónia, embora continue a rejeitar os relatórios que atestam que a região está a sofrer uma das maiores vagas de destruição de sempre. Garantiu, no entanto, que o seu governo terá "tolerância zero" com a devastação na Amazónia.

"Mesmo as queimadas deste ano não estando fora da média dos últimos 15 anos, não estamos satisfeitos com o que temos assistido e vamos atuar fortemente para controlar os incêndios na Amazónia", afirmou Bolsonaro num discurso ao país, acrescentando: "Somos um governo de tolerância zero com a criminalidade e na questão ambiental não será diferente. O emprego extensivo de meios e pessoal das Forças Armadas - até 44 mil homens - permitirá não apenas combater crimes ambientais mas ajudar a deter o avanço das chamas na região".

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Desde o início do ano, o número de incêndios aumentou 84% em relação a 2018 e só na última semana foram registados mais de 10 mil novos fogos, causando alarme.

Repetindo que o Brasil é um exemplo de preservação ambiental que devia ser seguido por muitos países do Mundo, Bolsonaro classificou como sensacionalista e injustificada a indignação de governantes europeus com a situação na Amazónia e por acusarem de não fazer nada para evitar - e até de incentivar - agressões à natureza.

E considerou injusto e absurdo que governos europeus estejam a usar as queimadas na Amazónia para ameaçarem o Brasil com sanções económicas.

"Incêndios existem em todo o Mundo e isso não pode servir de pretexto para sanções internacionais. É preciso, ao tratar dessa matéria, ter serenidade. Espalhar dados infundados, dentro ou fora do Brasil, não contribui para a resolução do problema", afirmou Bolsonaro.

Fogos abrem crise diplomática e ameaçam dominar o G7

O presidente do Conselho Europeu considerou ontem "difícil imaginar" que a União Europeia ratifique o tratado de livre comércio com o Brasil enquanto a Amazónia estiver a arder, e Trump, aliado de Jair Bolsonaro, defendeu o Brasil na reunião. Mas a situação mais crítica é entre Bolsonaro e Macron.

O francês chamou mentiroso ao brasileiro, por ter garantido a preservação da Amazónia para conseguir o acordo com a UE e agora não estar a fazer nada pela floresta, e Bolsonaro respondeu que Macron está a usar a Amazónia de forma sensacionalista para obter dividendos pessoais, e ontem acrescentou que avaliaria falar com o presidente francês se este o procurasse, mas que não tomaria a iniciativa de o procurar.

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