Cimeira do Clima convocada pelo Brasil, que antecede a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), vai reunir delegações de 143 países.
A cidade amazónica brasileira de Belém acolhe entre esta quinta e sexta-feira cerca de 60 chefes de Estado e de Governo que irão discutir o combate às alterações climáticas e demonstrar o que estão dispostos a fazer.
A Cimeira do Clima convocada pelo Brasil, que antecede a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), reunirá delegações de 143 países, das quais pouco mais de um terço serão chefiadas pelos respetivos líderes nacionais, com a ausência confirmada dos três líderes dos países mais poluidores do mundo - China, Estados Unidos e Índia.
Entre os líderes que confirmaram publicamente a sua presença estão o Presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro português, Luís Montenegro.
Na terça-feira, o chefe de Estado brasileiro, questionado pela agência Lusa durante uma entrevista com seis agências internacionais, frisou que esta cimeira de líderes pode "estimular ou desestimular" a COP30 e que os dirigentes mundiais devem passar "para o mundo inteiro" a mensagem de que querem resolver os problemas do clima.
"Um espaço privilegiado para que os países discutam (...) o que estamos dispostos a fazer", resumiu assim o chefe de Estado brasileiro, referindo-se à COP30 que irá decorrer entre 10 e 21 de novembro também em Belém.
Adotado em 2015, o Acordo de Paris compromete os seus signatários a reduzirem emissões de gases com efeito de estufa, para que o aquecimento global não ultrapasse o limite de 1,5 graus Celsius (°C) acima dos níveis pré-industriais, esperando-se agora que, 10 anos depois, os países lancem novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) para os próximos 10 anos.
De acordo com os cálculos do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP, na sigla em inglês) divulgados na terça-feira, o aquecimento da Terra deverá atingir este século entre 2,3 e 2,5 °C acima dos níveis da era pré-industrial se os países implementarem planos climáticos previstos até agora.
A agenda da Cimeira do Clima inclui a Plenária Geral dos Líderes, com discursos de chefes de Estado e representantes de organismos internacionais, além de sessões temáticas presididas por Lula da Silva dedicadas aos temas Clima e Natureza, Florestas e Oceanos, Transição Energética e Dez anos do Acordo de Paris: NDC e Financiamento.
Lula da Silva lançará ainda um fundo global para a proteção das florestas tropicais, com o qual pretende pôr fim ao conceito de "doação" e promover investimentos e financiamentos que ajudem a manter as selvas.
Numa COP30 que é vista como a da "implementação", há, contudo, um enorme elefante na sala do anfitrião: o petróleo.
Durante a entrevista com os correspondentes internacionais, na terça-feira em Belém, Lula da Silva, recusou assumir o papel da liderança ambiental e frisou que seria incoerente da sua parte impedir a prospeção de petróleo perto da Foz do Amazonas.
"Eu não quero ser líder ambiental. Não é isso que eu quero", disse Lula da Silva em resposta à Lusa.
"Seria incoerente se eu, num ato de irresponsabilidade dissesse: Bom, nós não vamos utilizar mais petróleo", frisou, referindo-se à autorização dada à estatal Petrobras para prospeção de petróleo ao largo da Amazónia.
Na COP28, realizada no Dubai em 2023, mencionou-se pela primeira vez a necessidade de os países se afastarem dos combustíveis fósseis - principais responsáveis pelas emissões de gases com efeito de estufa, que provocam o aquecimento global e consequentes alterações climáticas -, mas a referência desapareceu na cimeira seguinte.
O Governo brasileiro pretende apresentar-se em Belém como um líder da agenda climática, graças ao combate à desflorestação na Amazónia, mas várias organizações não-governamentais têm criticado a aposta contínua na extração de petróleo numa zona tão sensível como a costa amazónica e apresentaram uma ação na Justiça brasileira para anular a licença de pesquisa de petróleo à Petrobras numa área próxima da foz do rio Amazonas.
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