Donald Trump suspendeu as conversações na sexta-feira.
O primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, anunciou no domingo que as negociações comerciais com os Estados Unidos foram retomadas, após o Canadá ter recuado na aplicação de um imposto sobre as empresas tecnológicas norte-americanas.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, suspendeu as conversações na sexta-feira, acusando o plano canadiano de manter o imposto digital de constituir "um ataque direto e evidente" contra os Estados Unidos.
Em comunicado, o Governo canadiano afirmou que, "na expectativa" de um acordo comercial, o país iria "anular" o Imposto sobre os Serviços Digitais, cuja entrada em vigor estava prevista para esta segunda-feira.
Carney e Trump falaram ao telefone no domingo, e o gabinete do primeiro-ministro confirmou que ambos concordaram em retomar as negociações.
"O anúncio de hoje permite retomar as negociações tendo em vista o prazo de 21 de julho de 2025, acordado na cimeira do G7 deste mês, em Kananaskis", referiu Carney, numa declaração.
O chefe do Governo canadiano esteve com Trump em maio, na Casa Branca, e o Presidente norte-americano deslocou-se posteriormente ao Canadá para a cimeira do G7, realizada na província de Alberta. Foi nessa ocasião que ambos estabeleceram um prazo de 30 dias para concluir as negociações comerciais.
Trump escreveu na sua rede social na sexta-feira que o Canadá tinha informado Washington da intenção de manter o imposto, aplicável a empresas nacionais e estrangeiras que interagem com utilizadores 'online' no Canadá.
O imposto, fixado em 3% sobre as receitas geradas por utilizadores canadianos, visava empresas como Amazon, Google, Meta, Uber e Airbnb. A medida teria efeitos retroativos, resultando numa fatura estimada em dois mil milhões de dólares norte-americanos (1,7 mil milhões de euros) para as empresas dos EUA, a pagar até ao final do mês.
Citado pela agência Associated Press, Daniel Béland, professor de Ciência Política na Universidade McGill, em Montreal, considerou o recuo de Carney uma "vitória clara" para Trump.
"Este passo poderia tornar-se inevitável no contexto das negociações comerciais entre o Canadá e os EUA, mas o primeiro-ministro Carney agiu agora para apaziguar Trump e garantir a retoma das conversações, o que é uma vitória clara tanto para a Casa Branca como para os gigantes tecnológicos", comentou Béland.
Para o académico, a decisão transmite uma imagem de vulnerabilidade de Carney face à pressão de Trump: "O Presidente Trump forçou Carney a fazer exatamente aquilo que as grandes tecnológicas pretendiam. Os executivos destas empresas nos EUA ficarão muito satisfeitos com o desfecho".
O ministro das Finanças canadiano, François-Philippe Champagne, falou também no domingo com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.
"A anulação do imposto sobre os serviços digitais permitirá avanços cruciais nas negociações para uma nova relação económica e de segurança com os Estados Unidos", afirmou Champagne.
A decisão de Trump na sexta-feira representou mais um episódio da guerra comercial que o Presidente tem promovido desde que iniciou o seu segundo mandato, em janeiro. O relacionamento com o Canadá tem sido marcado por altos e baixos, incluindo declarações provocatórias em que Trump sugeriu repetidamente que o vizinho do norte poderia vir a ser absorvido como um novo estado norte-americano.
Entre os temas em negociação estão os pesados impostos sobre produtos canadianos impostos por Trump, incluindo tarifas de 50% sobre o aço e o alumínio e de 25% sobre os automóveis. Além disso, existe uma taxa de 10% sobre a maioria das importações, que poderá ser agravada a partir de 9 de julho, com o fim do prazo de 90 dias fixado pelo Presidente.
O Canadá e o México enfrentam ainda tarifas adicionais, até 25%, impostas sob o pretexto de combater o tráfico de fentanil. Alguns produtos continuam, no entanto, protegidos ao abrigo do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), assinado durante o primeiro mandato de Trump, em 2020.
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