Conselho Constitucional proclamou esta sexta-feira a Frelimo vencedora das eleições autárquicas na cidade africana.
O candidato da Renamo em Maputo, Venâncio Mondlane, pediu esta sexta-feira à direção do maior partido da oposição para não ficar do lado da "mentira" do Conselho Constitucional, que proclamou a vitória da Frelimo em 56 municípios nas sextas autárquicas.
"Estes resultados que foram apresentados aqui não é para nenhum de nós ficar desanimado. Você só fica desanimado quando você sabe que a tua derrota é uma derrota justa. Estamos a falar aqui de manipulação, estamos a falar aqui de resultados falsificados, estamos a falar aqui que o próprio Conselho Constitucional [CC] também entrou no jogo da bandidagem", afirmou Mondlane, num encontro com apoiantes, na capital, pouco depois da proclamação dos resultados das eleições autárquicas de 11 de outubro.
"Estamos nós a dizer aqui hoje, nós, que estamos presentes, não os que fugiram, porque há gente que estava no partido connosco, na campanha, que têm responsabilidades neste partido, que não está aqui com o povo, parece que já sabiam desse resultado", criticou ainda Venâncio Mondlane, cabeça-de-lista da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em Maputo e que reclamava vitória nesta votação, atribuída pelo CC ao candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder).
O CC proclamou esta sexta-feira a Frelimo vencedora das eleições autárquicas em Maputo (e em mais 55 municípios do país), mas cortou quase 30.000 votos que tinham sido atribuídos ao partido no poder na capital.
"Eu espero com o partido Renamo, na mais alta direção da Renamo, saiba respeitar a vontade do povo", insistiu, aludido à reunião da Comissão Política do partido, que se realiza esta tarde.
Mondlane liderou em Maputo, desde outubro, dezenas de manifestações e marchas, duas das quais com intervenção da polícia, contestando os primeiros resultados eleitorais, movimento que se alastrou a outras cidades do país.
"Eu espero que a mais alta direção da Renamo, neste momento, saiba que deve ficar de que lado: quer ficar do lado do CC com as suas mentiras, com as suas falsidades? Ou quer ficar do lado do povo com a verdade? Agora, isto depende da decisão que o partido for a tomar", atirou ainda.
Segundo o acórdão aprovado por unanimidade, lido hoje pela presidente do CC, a juíza conselheira Lúcia Ribeiro, a Frelimo manteve a vitória na capital, mas com 206.333 votos e 37 mandatos. Razaque Manhique, cabeça-de-lista da Frelimo, foi proclamado pelo CC como novo autarca de Maputo.
Contudo, em 26 de outubro, a Comissão Nacional de Eleições (CNE), após realizado o apuramento intermédio e geral, tinha atribuído a vitória à Frelimo, mas com 234.406 votos e 43 mandatos.
Na sequência dos recursos apresentados, o CC reavaliou o processo eleitoral e atribuiu 29.073 votos à lista da Renamo, liderada por Venâncio Mondlane, que reivindicou a vitória com base na contagem paralela a partir das atas e editais de apuramento originais.
"Não é esse o momento em que vamos começar a desanimar. Não é este o momento para começarmos a negociar a vitória do povo. Não se negoceia. A vitória do povo não é negócio. Não se pode fazer negócio com a vitória do povo", acrescentou Mondlane.
"Vão-nos dar orientações, na verdade, mas a orientação que nós esperamos é uma orientação da verdade, uma orientação do respeito pela vontade do povo", concluiu.
O CC moçambicano proclamou hoje a Frelimo vencedora das eleições autárquicas de 11 de outubro em 56 municípios, contra os anteriores 64, com a Renamo a vencer quatro, e mandou repetir eleições em quatro.
Em 26 de outubro, a CNE anunciou a vitória da Frelimo em 64 das 65 autarquias que foram a votos.
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