Ambos os fugitivos são considerados extremamente perigosos e, juntos, respondem por mais de 80 crimes, entre eles tráfico de droga e homicídio.
Centenas de agentes de polícias regionais e federais continuavam no final da noite desta quinta-feira, 15 de fevereiro, a caçar dois líderes da facção criminosa Comando Vermelho (CV) que fugiram na madrugada de quarta-feira da Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Mossoró, no estado brasileiro do Rio Grande do Norte, até aqui considerada anti-fuga. O novo ministro da Justiça e Segurança Pública brasileiro, o ex-juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, afirmou esta quinta-feira que a prioridade do governo central é a recaptura dos dois fugitivos, que já tiveram os nomes incluídos nos serviços de fronteiras e na lista de procurados internacionais da Interpol.
Lewandowski, que assumiu o cargo há apenas 13 dias, pormenorizou que a caça ao homem está a ser feita por 100 agentes da Polícia Federal (PF) enviados especialmente para isso à região, 100 agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que controlam as estradas, 100 agentes das polícias regionais do Rio Grande do Norte, a Polícia Militar (PM) e a Polícia Civil (PC, que é a judiciária), e ainda por agentes da polícia penal especializados em recaptura de fugitivos. Além desses meios humanos, que poderão ser reforçados nas próximas horas, a caça conta com o apoio de três helicópteros enviados pelo governo federal, inúmeros drones e cães-pisteiros.
Os dois fugitivos, Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Querubim, e Deibson Cabral do Nascimento, o Tatu, fugiram durante a madrugada de quarta-feira através de uma abertura que fizeram numa placa de metal no tecto das suas celas por onde passam os fios de energia. Depois, um a um, eles ultrapassaram pelo menos seis barreiras de segurança e, finalmente, com alicates de grande porte usados na construção civil que encontraram numa obra interna, cortaram a cerca que rodeia toda a penitenciária e desapareceram, só tendo a fuga sido descoberta várias horas depois.
Ambos os fugitivos, de 35 e 33 anos, que estavam em celas individuais diferentes, são considerados extremamente perigosos e, juntos, respondem por mais de 80 crimes, entre eles tráfico de droga e homicídio. Eles são, de acordo com as autoridades, lideranças importantes do Comando Vermelho, maior facção criminosa do Rio de Janeiro criada décadas atrás mas que hoje já actua por todo o Brasil e até em países vizinhos e trava uma sangrenta luta com o PCC, Primeiro Comando da Capital, de São Paulo, pelo controlo do tráfico em diversos estados do país e na região de fronteira com o Paraguai e a Bolívia.
A Penitenciária Federal de Segurança Máxima, localizada a poucos quilómetros de Mossoró, é uma das cinco prisões de alta segurança administradas pelo governo central, e em 18 anos de existência nenhuma delas tinha registado fuga. Os presos são vigiados 24 horas por dia por câmaras de segurança monitorizadas tanto na prisão quanto no Departamento Penitenciário Nacional, em Brasília, ficam confinados em celas individuais, só se deslocam fora das celas, por exemplo, para irem à enfermaria ou tomar sol, algemados e vigiados por guardas armados, e nem os advogados e familiares podem ter contacto físico com eles, ocorrendo as visitas num parlatório em que as duas partes são separadas por vidros blindados.
Assim que a fuga foi detetada, Ricardo Lewandowski demitiu imediatamente todos os directores da prisão, nomeou um interventor federal com plenos poderes e enviou para Mossoró o secretário de Assuntos Penitenciários do governo central, André Garcia, além de mais guardas prisionais e equipas para investigarem a fuga. Ainda não há indícios de corrupção e facilitação proposital, o que, no entanto, também não está de todo afastado, mas foram detectadas falhas grotescas, como parte das câmaras de videovigilância desligadas, parte das luzes apagadas e, o que pode ter sido decisivo, ferramentas usadas na reforma da prisão espalhadas por todo o lado.
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