Autoridades locais registam problemas com elefantes, crocodilos, hipopótamos, hienas e búfalos.
Cerca de 200 pessoas morreram desde 2019 em Moçambique, vítimas de ataques de animais como elefantes e crocodilos, segundo dados divulgados este sábado pela Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC).
De acordo com o novo diretor-geral da ANAC, Pejul Calenga, empossado no cargo esta semana, os ataques da fauna bravia em Moçambique destruíram ainda, de 2019 a 2023, um total de 955 hectares de culturas agrícolas, como milho e mandioca.
Os problemas causados pelo elefante, segundo a ANAC, registam-se sobretudo nas províncias de Maputo, Manica, Sofala, Nampula e Niassa. Já as consequências da ação do crocodilo e do hipopótamo fazem-se sentir nas províncias de Tete, Sofala e Manica, mas as autoridades registam ainda problemas com hienas e búfalos, nas províncias de Maputo, Gaza e Sofala.
A ANAC está a estudar a possibilidade de translocação de animais para outras zonas e o reforço de vedações ou o abate de animais problemáticos, entre outras medidas.
Problemas que se registam igualmente no Parque Nacional de Maputo, ainda há poucos anos em declínio, mas onde os elefantes recuperaram totalmente, para uma estimativa de 500 animais, provocando conflitos com a população e que colocam em cima da mesa a introdução de contraceção.
"O excesso pode tornar-se um problema. Nós vamos fazer esta avaliação dos elefantes (...) e já se começa a ter um impacto grande na vegetação, o que vai ter consequentemente impacto nas diferentes populações, incluindo a do elefante", disse, em entrevista à Lusa, em 15 de abril, Miguel Gonçalves, o administrador do Parque Nacional de Maputo, a cerca de 70 quilómetros a sul da capital moçambicana.
Oficialmente, o censo da população realizada regularmente aponta para 400 elefantes naquele parque, mas a equipa técnica estima que sejam pouco mais de 500 na realidade, o que vai levar à revisão dos métodos de contagem e à definição, nos próximos meses, de um plano para a espécie no Parque Nacional de Maputo.
"Esta avaliação vai levar depois a que tenhamos um plano concreto para a gestão do elefante. Pode incluir coisas como, por exemplo, a contraceção, para reduzir a taxa de natalidade, para que o crescimento não seja tão grande como agora e a translocação, se possível, para outras áreas, entre outras medidas", explicou, apontando a conclusão da definição deste plano para um prazo de três meses.
"Conceito temos, queremos é ir buscar números mais concretos, mas já estamos no terreno para ver a possibilidade de contraceção. Mas queremos ter números concretos para saber exatamente que investimento é que temos que fazer, que financiamento é que temos que ir buscar, porque não são operações baratas e é preciso saber exatamente com o que é que estamos a lidar", assumiu.
A presença dos elefantes naquela área é histórica, o que motivou a criação de uma reserva de caça, em 1932. Antes, os elefantes daquela zona eram caçados por causa do marfim que, segundo a história, era depois enviado para a Europa, sobretudo a Inglaterra, a partir da Ilha dos Portugueses, ao largo de Maputo, e que se chegou a chamar, por isso mesmo, Ilha dos Elefantes.
Durante os 16 anos de guerra civil, após a independência de Moçambique, o declínio do número de elefantes naquela área foi tal que se estima terem chegado a "menos de uma centena".
"Mas a proteção que pusemos e o esforço de fiscalização, a população de elefantes cresceu naturalmente, ao ponto de que, em 2022/2023, translocámos mais de 40 elefantes. Estamos na posição de ter sucesso agora e poder doar para outras áreas de conservação", sublinhou Miguel Gonçalves.
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