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Chuvas matam sete pessoas e afetam mais de 500 famílias no centro de Moçambique

Foram destruíadas ainda cerca de 100 casas, parte delas construídas com material precário, além de 28 escolas.

29 de dezembro de 2025 às 21:39

Pelo menos sete pessoas morreram e mais de 500 famílias ficaram afetadas por chuvas fortes nas províncias de Manica e de Tete, centro de Moçambique, anunciaram esta segunda-feira as autoridades.

"Temos 342 famílias afetadas. Destas, já temos uma confirmação de sete óbitos e esses sete óbitos têm como causa as descargas atmosféricas. Ainda estamos a fazer o processo de levantamento nas zonas onde temos dificuldades de acesso", disse Borges Viagem, delegado do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), em Manica.

De acordo com o delegado, as chuvas destruíram ainda cerca de 100 casas, parte delas construídas com material precário, além de 28 escolas, correspondentes a aproximadamente 50 salas de aulas parcialmente destruídas.

Já no distrito de Mutarara, na província de Tete, pelo menos 200 famílias ficaram desalojadas por chuvas fortes, segundo o administrador distrital, Lino Chiuzi.

Segundo o administrador de Mutarara, registaram-se casos na localidade de Sinjal, no posto administrativo de Nhamaiabo, e em Vila Nova da Fronteira, no posto administrativo de Chare, com "algumas casas que ficaram parcialmente destruídas", afetando algumas famílias.

Chiuzi apelou à população para que se retire das zonas de risco, incluindo as famílias que produzem nas margens dos rios, devido aos níveis elevados do caudal do rio Zambeze.

"Aconselhamos a nossa população que se encontra nas zonas de risco para que, o mais rápido possível, se retire para as zonas seguras, principalmente os que produzem nas zonas baixas de Zambeze, rio Ngoma e rio Chire", disse o administrador.

As autoridades moçambicanas ativaram no último domingo ações de antecipação às cheias, após alerta de ocorrência de chuvas fortes, acompanhadas de trovoadas e ventos com rajadas nos próximos dias em cinco províncias do centro e norte do país.

"Diante deste cenário, o Conselho Técnico de Gestão e Redução do Risco de Desastres ativou as ações antecipadas às cheias e recomenda a adoção das seguintes medidas: ativar os Centros Operativos de Emergência distritais e os Comités Locais de Gestão do Risco de Desastres, difundir informações de aviso através dos CLGRD, rádios comunitárias, emissoras provinciais e outros meios locais", refere-se num comunicado do INGD.

De acordo com o documento, a decisão da ativação do mecanismo surge após a previsão da ocorrência de chuvas fortes nas províncias de Tete e Zambézia, no centro do país, e Nampula, Cabo Delgado e Niassa, no norte, "agravando a situação prevalecente de cheias e inundações nas zonas baixas das bacias hidrográficas dos rios Montepuez, Megaruma, Muaguine, Rovuma, Monapo e Licungo".

Em comunicado, a Administração Regional de Águas (ARA) do Centro referiu, na última quinta-feira, que as bacias hidrográficas daquela região de Moçambique têm registado, nos últimos dias, ocorrência de chuvas "fortes a muito fortes", levando à contínua subida dos níveis de água com destaque para as regiões do baixo Búzi e Alto Punguè.

Face à situação, a ARA Centro "reitera o apelo a todas as entidades públicas e privadas, as autoridades locais, aos agentes económicos e ao público para tomada de medidas de precaução, devendo retirar-se das zonas de risco de inundação e evitar a travessia dos rios".

Moçambique é considerado um dos mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.

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