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Coágulos sanguíneos, a nova patologia que está a matar doentes infetados com coronavírus

Autópsias a pessoas que morreram infetadas com a Covid-19 revelaram, em alguns casos, coágulos sanguíneos nos pulmões.

24 de abril de 2020 às 14:58
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Identificados casos de coagulação do sangue em pacientes em estado grave com covid-19

Os médicos de todo o mundo estão a observar um padrão nos pacientes infetados com coronavírus. Dos Estados Unidos da América surgem notícias de doentes infetados, a morrerem com coágulos sanguíneos.

Os profissionais de saúde norte-americanos relataram que entre 20 a 40% dos pacientes com Covid-19 da Universidade Emory, em Atlanta, nos EUA, apresentam problemas com coágulos sanguíneos, mesmo depois de terem recebido anticoagulantes.

Se no início da pandemia o padrão do coronavírus apontava para problemas respiratórios, agora os especialistas têm vindo a notar que a Covid-19 ataca igualmente os rins, o coração, o intestino, o fígado e o cérebro.

Em declarações ao Daily Mail, o cirurgião cardíaco do Brooklyn afirma que os coágulos são "provavelmente os responsáveis ??por uma 'grande quantidade' de mortes por coronavírus" que estão a ocorrer no seu hospital. O médico refere ainda que os coágulos podem ser responsáveis pela morte de pacientes que aparentemente já recuperar da doença.

O primeiro alarme soou quando os doentes começaram a apresentar as pernas azuis e inchadas. Depois as máquinas de diálise começaram a entupir devido à filtração das impurezas no sangue nos rins.

De acordo com Paul Saunders, médico do Maimonides Medical Center, os coágulos estão a desenvolver-se em vários locais do corpo, nomeadamente nas pernas, nos pulmões, além da presença de grandes êmbolos pulmonares em alguns casos.

As autópsias a pessoas que morreram infetadas com a Covid-19 revelam que, em alguns casos, os pulmões têm coágulos sanguíneos irregulares e de grande tamanho. Caso estes rompam, podem deslocar-se até ao cérebro ou coração, causando um derrame ou ataque cardíaco.

Lewis Kaplan, médico da Universidade da Pensilvânia nos EUA e chefe da Sociedade de Medicina Intensiva, revelou ao The Hour que todos os anos morrem várias pessoas com complicações de coagulação, desde doentes com cancro até vítimas com traumas graves. No entanto, e quando comparados, estes doentes não têm os problemas de coagulação registados agora nos doentes infetados com coronavírus.

Harlan Krumholz, especialista cardíaco no Centro Hospitalar de Yale-New Haven, nos EUA, acrescenta que ninguém sabe se as complicações sanguíneas são resultado de um ataque direto aos vasos sanguíneos ou de uma resposta inflamatória hiperativa ao vírus pelo sistema imunológico do paciente.

"Uma das teorias é a de que o corpo está envolvido numa luta contra um invasor e começa a consumir os fatores de coagulação, que podem resultar em coágulos sanguíneos ou sangramento", afirmou.

Alguns grupos de médicos demonstram, no entanto, preocupação com o uso controverso de anticoagulantes preventivos a todos os infetados com coronavírus.

Um estudo holandês publicado a 10 de abril na revista Thrombosis Research forneceu mais evidências sobre a questão. A patologia foi verificada em 38% dos 184 pacientes com coronavírus numa unidade de terapia intensiva com sangue coagulado de forma anormal.

"Há muita especulação", afirmou Krumholz, admitindo que "ainda estamos no escuro".

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