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Sobe para quatro o número de mortos em atropelamento em mercado de Natal na Alemanha

Condutor, com cerca de 50 anos, foi detido no local. Há 41 feridos graves.

20 de dezembro de 2024 às 19:11

Passavam poucos minutos das 19h da tarde desta sexta-feira (18h em Portugal) quando a tragédia se abateu sobre a cidade de Magdeburgo, no Leste da Alemanha. Um BMW preto entrou a alta velocidade num mercado de Natal e estragou o que seria uma noite recheada de espírito natalício a centenas de pessoas. Dezenas foram arrastadas pelo carro; pelo menos quatro morreram.

Ente os mortos estão um adulto e uma criança. Entre as dezenas de feridos, 41 são muito graves.

O condutor, um médico saudita de 50 anos, foi detido no local. Imagens partilhadas pela imprensa alemã mostram o suspeito a render-se com as mãos no ar antes de ser 'apanhado' pela polícia.

Vítimas do ataque em Magdeburgo
Vítimas do ataque em Magdeburgo FOTO: Ataque, Magdeburgo

"É uma tragédia terrível. É uma catástrofe para a cidade, para a região e para a Alemanha", disse o primeiro-ministro da Saxónia-Anhalt, Reiner Haseloff. O governo da região, que admitiu que o número de mortos pode aumentar, falou em pelo menos 60 feridos.

No seguimento do acidente, as autoridades rapidamente se pronunciaram e disseram que não estava descartada a hipótese de se tratar de um ataque terrorista, tese que vai ganhando força. As equipas policias procuraram explosivos no local.

Pessoas arrastadas mais de 400 metros por médico saudita

A notícia não abalou só a antecâmara do Natal dos alemães, mas chocou todo o Mundo. Num primeiro momento, o Bild avançou que tinham morrido pelo menos 11 pessoas, valor que não foi confirmado pelas autoridades.

A polícia informou que a viatura só parou depois de atravessar mais de 400 metros dentro do mercado repleto de pessoas.

Ataque em Magdeburgo
Ataque em Magdeburgo FOTO: Associated Press

Médico saudita de 50 anos

Pouco depois de ser dada a notícia, começaram a ser revelados os primeiros dados sobre o condutor que provocou o caos em Magdeburgo. Trata-se de um homem de 50 anos, natural da Arábia Saudita.

Apesar de não ser alemão, o detido estava em terras germânicas desde 2006 e tem visto de residência permanente. Morava a cerca de 50km do local do acidente e trabalhava como médico numa clínica.

Haseloff afastou a possibilidade de sequelas. "É um atacante solitário", descreveu o governante local.

Autoridades em Magdeburgo
Autoridades em Magdeburgo FOTO: Associated Press

Scholz fala em "algo grave"

Matthias Schuppe, porta-voz do Governo, confirmou o ataque que decorreu às 19h04. Olaf Scholz, através do X, também reagiu ao acidente. “Os relatórios de Magdeburgo sugerem algo grave. Os meus pensamentos estão com as vítimas e as suas famílias. Estamos ao seu lado e ao lado do povo de Magdeburgo. Os meus agradecimentos às dedicadas equipas de resgate", escreveu o chanceler.

Depois do alerta, os hospitais começaram a preparar-se para receber os vários feridos, avançou Tobias Teschner, chefe do departamento de segurança da cidade de Halle, que se localiza a aproximadamente 80 kms do local do ataque.

“Devido aos acontecimentos atuais, gostaríamos de aconselhá-los a evitar o mercado de Natal. Por favor, deixem os serviços de emergência fazerem o seu trabalho e saiam do mercado de forma ordenada!”, escreveu a organização do espaço.

Autoridades
Autoridades FOTO: Associated Press

Montenegro e Costa reagiram

O primeiro-ministro português foi rápido a condenar o "horrendo ataque" de Magdeburgo. No X,  Luís Montenegro expressou "solidariedade ao povo alemão e ao Chanceler Scholz", além de apresentar condolências às vítimas.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, usou a mesma rede social para manifestar o seu choque com as "notícias horríveis" de Magdeburgo. "Os meus pensamentos estão com as vítimas e as suas famílias", escreveu.

Polícia em Magdeburgo
Polícia em Magdeburgo FOTO: Associated Press

Tragédia traz à memória ataques antigos

A tragédia em Magdeburgo trouxe à memória um ataque antigo ocorrido há oito anos em Berlim. Em 2016, um radical islâmico conduziu um camião contra um mercado de Natal na capital alemã.

Ainda na quinta-feira, no dia em que se sinalizavam oito anos desse ataque, houve uma cerimónia de homenagem aos 13 mortos. O suspeito desse atentado morreu passados poucos dias num tiroteio em Itália.

Com esse ataque na memória, um especialista falou à ZDF, a televisão pública alemã, sobre o erro de segurança em Magdeburgo. Segundo Hans-Jakob Schindler, não se entende como é que ainda é possível entrar com um veículo "num mercado de natal numa cidade grande".

"O facto de um ataque com um carro ter sido bem-sucedido indica uma falha", assumiu.

Presentes um pouco por todo o Mundo, os mercados de Natal são uma marca importante da cultura alemã. Reúnem, anualmente, milhares de turistas e entusiastas da época natalícia.

"É mesmo uma das piores coisas que pode acontecer, em particular associada com um mercado de Natal", disse Haseloff, que anunciou luto regional com bandeiras a meia haste.

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