Professor de ballet deixou um legado de mais de 125 coreografias, integradas no repertório de companhias em todo o mundo, incluindo o antigo Ballet Gulbenkian.
O coreógrafo neerlandês Hans van Manen, considerado uma das figuras centrais da dança contemporânea europeia, frequentemente apelidado de "mestre da simplicidade", morreu aos 93 anos, anunciou a Ópera e Ballet Nacional dos Países Baixos.
O coreógrafo e professor de ballet mais famoso da sua geração, como noticiam esta quinta-feira os jornais internacionais, deixou um legado de mais de 125 coreografias, integradas no repertório de companhias em todo o mundo, incluindo o antigo Ballet Gulbenkian. A Companhia Nacional de Bailado dedicou-lhe uma temporada.
Nascido em 1932, em Nieuwer-Amstel, atual Amstelveen, perto de Amesterdão, Hans van Manen iniciou a sua formação em dança no início da década de 1950, após uma infância marcada por dificuldades económicas e pela proximidade com o meio teatral, no Stadsschouwburg.
Hans van Manen estreou-se como coreógrafo em 1955 e, dois anos depois, recebeu o Prémio Estatal de Coreografia.
Ao longo de uma carreira que se estendeu por mais de seis décadas, Hans van Manen dirigiu artisticamente o Nederlands Dans Theater e foi coreógrafo residente do Het Nationale Ballet, alcançando particular reconhecimento nas décadas de 1970 e 1980.
Obras como "Adagio Hammerklavier" e "Sarcasmen" são consideradas marcos do ballet moderno, segundo o jornal DutchNews.
Conhecido por um estilo depurado e neoclássico, Hans van Manen introduziu uma abordagem considerada inovadora ao colocar homens e mulheres em pé de igualdade no palco, rompendo com as hierarquias tradicionais do ballet clássico.
"A dança expressa dança, e nada mais", afirmou certa vez o coreógrafo -- citado pelo DutchNews e pelo El País -, um credo que definiu uma carreira de mais de seis décadas.
A sua obra integra o repertório de mais de uma centena de companhias internacionais, incluindo o Ballet da Ópera de Paris, o Ballet de São Francisco, o Ballet de Estugarda e o Ballet Nacional do Japão.
Hans van Manen trabalhou ainda com intérpretes consagrados, como Rudolf Nureyev e Natalia Makarova.
Em 2000, o coreógrafo foi distinguido com o Prémio Erasmus, uma das mais importantes distinções culturais europeias, tornando-se o quinto neerlandês a recebê-lo, e, em 2018, foi agraciado com uma condecoração pelo rei Guilherme Alexandre.
O jornal The New York Times destaca que o coreógrafo se manteve ativo e presente no meio cultural neerlandês até uma idade avançada, continuando a assistir a ensaios e a acompanhar de perto a vida artística.
A sua influência atravessou várias gerações e permanece viva nos corpos dos bailarinos e nos palcos internacionais, acrescenta o jornal.
Em Portugal, o trabalho de Hans van Manen teve particular expressão no repertório do Ballet Gulbenkian e da Companhia Nacional de Bailado (CNB).
Um dos seus bailados mais apresentados foi "Cinco Tangos", sobre música de Astor Piazzolla, que marcou temporadas do Ballet Gulbenkian e foi retomado pela CNB.
Na temporada 2019-2020, a CNB dedicou-lhe um programa integral, com peças criadas entre as décadas de 1970 e 1990, incluindo "Adagio Hammerklavier" (1973), de que a companhia já fizera a estreia nacional em 2010, "In the Future" (1986) e "Short Cut" (1999).
Este programa foi apresentado pela CNB em digressão nacional e internacional.
"Adagio Hammerklavier" é reconhecido pela companhia como um dos clássicos do século XX e considerado o bailado mais lírico e académico do coreógrafo.
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