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Decreto-lei libera uso da cloroquina no combate ao coronavírus em França

Prescrição do medicamento é desde ontem legal no país. Uso é limitado ao ambiente hospitalar.

28 de março de 2020 às 01:30

As restrições são ainda grandes, mas a prescrição da cloroquina, comercializada sob a marca farmacêutica Plaquenil, é desde esta sexta-feira legal em França. O passo aconteceu com a publicação de um decreto-lei do ministro da Saúde, Oliver Véran, seguida de uma correção, em duas edições consecutivas do ‘Journal Officiel’,  equivalente ao ‘Diário da República’. O grande defensor deste medicamento no combate à Covid-19, Didier Raoult, apressou-se a felicitar o ministro pela iniciativa. O uso ficou, no entanto, limitado ao ambiente hospitalar e carece de decisão colegial de mais de um médico.

Uma semana de intensa polémica não resultou em consenso. Os médicos que criticaram as conclusões de eficácia do medicamento através do seu ensaio em apenas duas dúzias de doentes, continuam a opor-se às teses de Didier Raoult. Acrescentam mesmo que não tem motivos para felicitar o ministro porque na autorização de venda nas farmácias a aplicação do Plaquenil continua limitada às doenças lúpus e artrite reumatoide. Por seu lado, Didier Raoult, tem agora cobertura legal para medicar como pensa no seu hospital universitário público de Marselha, onde conta com o apoio do corpo clínico.

AVANÇOS DA INVESTIGAÇÃO

Insanidade

"Isto é insano", foi como Gaetan Burgio, da Univ. Nac. da Austrália, reagiu ao apoio de Trump ao uso da cloroquina. A ‘Science’ refere que Anthony Fauci, da NIAID, se conteve dizendo que "era só uma esperança do presidente".

A morte de um norte-americano por se ter automedicado com um derivado tóxico da cloroquina, é o caso fatal mais conhecido com aquela molécula ativa. Publicações científicas referem ainda mortes na Nigéria por overdose de cloroquina.

Transfusões

Os hospitais de Nova Iorque preparam-se para utilizar sangue de doentes curados no tratamento de novos infetados. A medida é vista como essencial para evitar um caos à italiana, embora revelasse fracos efeitos em casos de VIH e ébola.

O Favipiravir, antiviral contra as gripes, provou resultados eficazes no combate ao SARS-Cov-2. O ensaio com 320 doentes, em Wuhan e Shenzhen, foi revelado por Zhang Xinmin, do Centro de Desenvolvimento das Biotecnologias da China.

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