A edição de hoje
Presidente norte-americano anuncia esta quarta-feira tarifas recíprocas contra dezenas de países, que se somam às taxas sobre os automóveis importados e sobre o aço e o alumínio.
O “Dia da Libertação” prometido por Donald Trump chegou. O Presidente dos EUA vai anunciar esta quarta-feira a imposição de tarifas aduaneiras sobre dezenas de parceiros comerciais “que se aproveitaram dos EUA”, com a União Europeia à cabeça, despoletando uma guerra comercial com consequências imprevisíveis para a economia global.
Trump passou o dia desta terça-feira reunido com os seus conselheiros económicos a “aperfeiçoar” o plano que, segundo prometeu, irá “tornar a América rica outra vez”. Não se sabe ao certo o que irá anunciar: em cima da mesa estavam propostas para aplicar tarifas individuais recíprocas a todos os parceiros comerciais que taxam os produtos dos EUA, apenas a alguns países, ou aplicar uma tarifa universal - de 20%, segundo o ‘Washington Post’ - a todas as importações. O anúncio está marcado para as 21h00, no Jardim das Rosas da Casa Branca. Até lá, Trump “está disponível para atender o telefone” e negociar, diz fonte oficial.
As tarifas que Trump vai anunciar somam-se às taxas de 25% sobre a importação de todos os automóveis e componentes que hoje mesmo entram em vigor, e às tarifas já impostas anteriormente a todas as importações de aço e alumínio (25%), bem como a alguns produtos provenientes do México e do Canadá (25%) e todos os produtos oriundos da China (10%).
As longo das últimas semanas, o Presidente dos EUA fez várias ameaças, incluindo impor uma taxa de 200% sobre o vinho, champanhe e outras bebidas alcoólicas importadas da União Europeia, medida que poderá ter um impacto significativo no setor vinícola português, que tem nos EUA o seu segundo maior mercado, com exportações acima dos 100 milhões de euros anuais.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu esta terça-feira que a UE tem um “plano forte” para retaliar, embora preferisse uma solução negociada. “Não queremos necessariamente retaliar. Mas, se for necessário, temos um plano forte para o fazer e vamos usá-lo”, prometeu, garantindo que a UE irá “proteger os seus interesses, os seus contribuintes e as suas empresas”.
A maioria dos economistas considera que as tarifas terão um ‘efeito bumerangue’ e poderão atirar os EUA para uma recessão devido à subida descontrolada da inflação. Estudos recentes indicam que a subida dos preços custará, em média, 3400 dólares anuais a cada família norte-americana. Trump, pelo contrário, garante que os efeitos serão “passageiros” e acredita que poderão gerar receitas superiores a 6 biliões de dólares e reequilibrar a balança comercial dos EUA.
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