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Espanha lembra a Trump que taxas comerciais são entre EUA e União Europeia

Presidente dos Estados Unidos da América ameaçou aplicar a Espanha tarifas mais severas pela recusa de Madrid em investir mais na área da defesa no âmbito da NATO.

25 de junho de 2025 às 20:59

O Governo espanhol lembrou esta quarta-feira que os acordos e taxas comerciais com os EUA são negociados e aplicados no quadro da União Europeia (UE), depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter ameaçado aumentar tarifas a Espanha.

As negociações comerciais "dão-se no quadro da Comissão Europeia, que é a encarregada de negociar por parte de todos os Estados-membros", disse o ministro da Economia de Espanha, Carlos Cuerpo, em Paris, em resposta a questões dos jornalistas sobre as declarações de esta quarta-feira de Trump.

O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) ameaçou aplicar a Espanha tarifas mais severas pela recusa de Madrid em investir mais na área da defesa no âmbito da NATO.

"Acho terrível o que fez Espanha, vamos negociar com eles e vão pagar o dobro. Vamos obrigá-los a pagar, Espanha quer uma viagem grátis e eu vou obrigá-la a pagar de outra forma", disse Donald Trump em conferência de imprensa no final da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Haia, nos Países Baixos.

O Presidente dos EUA acrescentou que vai "negociar diretamente" com o Governo de Pedro Sánchez e que Madrid "vai pagar mais assim".

Os EUA estão a negociar com a UE a aplicação de tarifas comerciais recíprocas de 20%, que Bruxelas espera conseguir baixar, e só no âmbito das quais se poderia abranger Madrid.

"Para nós é importantíssimo que neste quadro de negociação, desta relação bilateral entre a União Europeia e os Estados Unidos, continuemos a avançar para conseguir um acordo justo e equilibrado", afirmou o ministro da Economia de Espanha.

Questionado sobre se os EUA poderiam aplicar taxas comerciais específicas a Espanha, Carlos Cuerpo reiterou que a negociação é entre Bruxelas e Washington.

"Temos de conseguir chegar a um acordo justo e equilibrado", insistiu, antes de referir que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, advertiu que "a Europa tem também as ferramentas necessárias para se defender se não for possível chegar a acordo".

O primeiro-ministro espanhol reiterou esta quarta-feira que cumprirá com as capacidades de defesa acordadas com a NATO gastando 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e que o objetivo de 5% é flexível, como lhe confirmou por escrito o líder da Aliança.

Pedro Sánchez, que falava numa conferência de imprensa em Haia, voltou a dizer que o texto final da cimeira de esta quarta-feira da NATO garante flexibilidade no objetivo de os Estados-membros passarem a gastar 5% do PIB em defesa e segurança, fruto de "meses de trabalho" e de negociações entre o Governo de Espanha e a NATO.

Sánchez acrescentou que, além disso, o próprio secretário-geral da NATO, Mark Rutte, lhe confirmou essa flexibilidade, e que Espanha poderá gastar menos de 5% do PIB, numa carta que foi tornada pública pelo Governo de Madrid no domingo e que esta quarta-feira o primeiro-ministro espanhol leu aos jornalistas.

Os 2,1% do PIB são um nível de gasto "suficiente e realista" para Espanha, sendo "compatível" com o estado de bem-estar e os compromissos internacionais assumidos pelo país, defendeu Sánchez, que considerou a cimeira da NATO "um êxito", tanto do ponto de vista "da unidade" da Aliança como do "interesse geral" de Espanha.

Os 32 países da Aliança Atlântica acordaram esta quarta-feira um aumento do investimento de 5% do PIB na área da defesa até 2035, com uma revisão dos objetivos em 2029.

"Unidos para fazer face às profundas ameaças de segurança e desafios, em particular a ameaça a longo prazo apresentada pela Rússia à segurança euro-atlântica e a persistente ameaça do terrorismo, os aliados comprometem-se a investir 5% do PIB anualmente em requerimentos de defesa, assim como em despesas relacionadas com defesa e segurança até 2035", referiram na Declaração da Cimeira de Haia (Países Baixos).

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