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Especialistas indicam que medidas do mandato Trump afetam luta contra desinformação

Encerramento do centro R/FIMI - organismo responsável pela luta contra a manipulação da informação e a interferência estrangeira no departamento do estado - contribui para o aumento da desinformação.

29 de abril de 2025 às 13:01

As medidas adotadas por Donald Trump nos primeiros 100 dias de mandato, como o encerramento de uma agência de combate às operações de influência estrangeira, põem em causa a luta contra a desinformação, segundo especialistas ouvidos pela AFP.

Donald Trump cumpre hoje 100 dias de mandato e algumas das suas medidas em matéria de desinformação podem ter repercussões na segurança nacional do seu país, ao darem aos adversários dos Estados Unidos, como a Rússia e a China, maior liberdade para semearem a desinformação à medida que as rivalidades geopolíticas se intensificam, refere a AFP.

Entre estas medidas, o encerramento do centro R/FIMI, um organismo responsável pela luta contra a manipulação da informação e a interferência estrangeira no departamento do estado, contribui para o aumento da desinformação.

Ao encerrar o gabinete, o governo "abriu o espaço de informação americano a países como a Rússia, a China e o Irão", refere Benjamin Shultz, investigador do projeto American Sunlight, uma organização que controla a desinformação em Washington.

Além disso, o abandono do programa de verificação de factos da Meta nos EUA, no início de janeiro, faz com que os investigadores temam que se torne ainda mais difícil para o público distinguir entre factos e ficção.

Por exemplo, a Fundação Nacional de Ciência Americana (NSF - National Science Foudation), o grande financiador da investigação nos EUA, cancelou recentemente centenas de bolsas de investigação que, segundo a organização, não estavam "alinhadas" com as prioridades da agência, incluindo projetos centrados na desinformação.

Segundo os investigadores, várias das bolsas suprimidas incidiam sobre a desinformação no domínio da saúde, bem como sobre deteção de 'deepfakes', numa altura em que proliferam as burlas e fraudes geradas com recurso a ferramentas de inteligência artificial (IA).

A agência de notícias cita ainda um relatório publicado este mês pela Alethea, uma empresa especializada na luta contra a desinformação, que afirma ter descoberto uma rede russa que procura semear a desconfiança nos programas militares dos Estados Unidos.

Os Repórteres Sem Fronteiras (RSF) referem também que o presidente Donald Trump congelou 268 milhões de dólares alocados pelo Congresso para apoiar media independente e o livre fluxo de informação, afetando sobretudo a USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional).

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