Dois indivíduos detidos na Roménia são suspeitos de terem feito mais de cinco mil vítimas e embolsado meio milhão de euros de resgates.
O Departamento de Estado dos EUA oferece 10 milhões de dólares (8,6 milhões de euros) por informações que conduzam à identificação ou localização de pessoas com posições relevantes no grupo russófono de pirataria informática Sodinokibi, também conhecido por REvil.
Esta notícia, avançada esta terça-feira pelo porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, é conhecida no mesmo dia em que a Europol anunciou a detenção de sete piratas informáticos em vários países.
Na mira das autoridades norte-americanas está, em particular, o ramo daquele grupo do crime organizado internacional que se dedica à obtenção de resgates com os ataques informáticos.
Outra recompensa de cinco milhões de dólares está a ser oferecida por informação conducente à detenção e/ou condenação, em qualquer país, de qualquer pessoa que participe ou queira participar em qualquer ação de pirataria do Sodinokibi para procurar obter um resgate.
Este grupo -- que ataca os sistemas informáticos de entidades, impedindo-lhes o acesso que só volta a permitir depois do pagamento de um resgate -- foi responsável pelo incidente que envolveu a JBS Foods, um fornecedor de produtos agrícolas à Austrália e aos EUA, o que causou uma rutura importante no processamento e fornecimento de alimentação.
O Sodinokibi também atacou a Kaseya, uma empresa de gestão de tecnologias de informação, que fornece serviços de redes, aplicações e infraestruturas a milhares de pequenas empresas. O ataque afetou a empresa e os seus clientes no mundo.
Esta terça-feira mesmo, a agência europeia de polícia (Europol) anunciou, em comunicado, a detenção de sete pessoas e o desmantelamento de uma rede criminosa, durante uma operação em vários Estados contra piratas informáticos autores de um ataque do tipo mencionado, através do designado 'ransonware'.
As pessoas detidas pertencem ao grupo russófono REvil / Sodinokibi e ao GandCrab, avançou a Europol.
Entre os detidos está um ucraniano, suspeito de ataque à Kaseya, em julho, que afetou pelo menos mil empresas e mais de 1.500 pessoas, segundo detalhou a Interpol, em comunicado.
Este ataque fora reivindicado pelo REvil, que tinha exigido um resgate de 70 milhões de euros.
O suspeito foi interpelado em outubro, na Polónia, depois da emissão de um mandado de detenção internacional pelos EUA.
Na quinta-feira duas outras pessoas foram detidas na Roménia e uma no Koweit.
Esta operação policial, batizada 'GoldDust', já tinha levado á detenção na Coreia do Sul de três pessoas, nos últimos meses.
"Suspeitos de mais de sete mil infeções, os grupos interpelados exigiram mais de 200 milhões de euros de resgates", declarou a Europol.
Os dois indivíduos detidos na Roménia são suspeitos de terem feito mais de cinco mil vítimas e embolsado meio milhão de euros de resgates.
A operação policial, também chamada 'Quicksand' envolveu 17 países, a Europol, a Eurojust -- a agência europeia para a cooperação judicial -- e a Interpol.
"Todas estas detenções seguem-se a esforços comuns internacionais de aplicação da lei com a identificação, as escutas telefónicas e a apreensão de algumas infraestruturas utilizadas pelo grupo Sodinokibi/REvil", sublinhou a Europol.
"Os programas informáticos para bloquear sistemas informáticos tornaram-se uma ameaça demasiado importante para que uma entidade ou um setor o possam enfrentar sozinhos", declarou o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, citado no comunicado.
Aqueles programas informáticos são uma forma cada vez mais lucrativa de tomada de reféns digitais, na qual os piratas informáticos criptam a informação das vítimas, após o que exigem um resgate para a desencriptar.
O REvil é considerado pelos analistas como o grupo de criminosos informáticos mais perigoso em matéria destes programas informáticos e visto como o sucessor do GandCrab.
Mas em julho surgiram questões sobre a sua situação, quando, duas semanas depois do ataque à Kaseya, vários sítios e páginas na internet ligadas a este grupo desapareceram bruscamente.
Este desaparecimento suscitou conjeturas quanto a saber se esta decisão tinha resultado de uma ação de um governo.
O impacto financeiro mundial combinado dos pagamentos de resgates a estes grupos de piratas informáticos é, segundo a Interpol, de vários milhares de milhões de dólares.
Investigações da Chainalysis sugerem que os criminosos embolsaram 350 milhões de dólares em 2020, de receitas de resgates, o que representa uma variação homóloga de 311%, segundo a Interpol.
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