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Ex-mandatário da Renamo pede renúncia de Ossufo Momade

Ulane pediu ainda que a delegada provincial do partido renuncie também ao seu cargo.

11 de outubro de 2024 às 14:43

Um antigo mandatário da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em Nampula, no norte de Moçambique, pediu esta sexta-feira que o presidente do maior partido da oposição, Ossufo Momade, renuncie ao cargo em resposta a um alegado "pedido do povo".

"O povo está a pedir. Para manter a Renamo a nível nacional, temos de convidar o nosso presidente, sua excelência general Ossufo Momade, para renunciar ao cargo de presidente do partido Renamo. A renúncia do cargo não significa dizer ao presidente que não vale nada, pelo contrário, vale mais, mas estamos a responder às auscultações do povo e à vontade do povo para que a Renamo continue a ser a Renamo que já foi", disse Ossufo Ulene, durante uma conferência de imprensa em Nampula.

O antigo mandatário da Renamo nas eleições autárquicas de 2023 e ex-chefe de gabinete do anterior autarca de Nampula Paulo Vahale, também da Renamo, justificou um suposto número reduzido de votos a favor do partido numa assembleia, nas eleições gerais de quarta-feira, pelo facto de já ter havido um alerta dos membros da formação política pedindo a renúncia de Ossufo Momade.

"Por exemplo, no pavilhão do desporto, na mesa 03, será que só se recensearam dois membros da Renamo? Só dois membros? Não, não foram dois, significa que a Renamo ficou sentada e não foi às urnas, mas isto tudo porque eles sempre alertaram: peçam ao presidente Ossufo Momade para renunciar ao cargo de presidente do partido, ele vai ficar conselheiro", disse.

Ulane pediu ainda que a delegada provincial do partido renuncie também ao seu cargo e que aguarde pelos resultados da votação de quarta-feira para possivelmente assumir o cargo de governadora, para o qual concorreu pela Renamo.

"Como membro, tenho o dever de apoiar o meu partido a constituir uma boa imagem, a crescer politicamente", justificou-se Ossufo Ulane.

Ossufo Momade tem sido externa e internamente criticado devido a alegada inércia face a supostas irregularidades nas eleições autárquicas moçambicanas de outubro passado, sendo também acusado de negligência face à situação dos guerrilheiros do partido desmobilizados à luz do acordo de paz com o Governo.

As declarações do membro do maior partido da oposição moçambicana surgem numa altura em que se aguardam os resultados das eleições gerais de quarta-feira, nas quais Ossufo Momade concorre para Presidente da República, apoiado pela Renamo.

Concorrem também à Presidência de Moçambique Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força parlamentar, e Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido extraparlamentar Podemos.

A publicação dos resultados da eleição presidencial pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), caso não haja segunda volta, demora até 15 dias, antes de seguirem para validação do Conselho Constitucional, que não tem prazos para proclamar os resultados oficiais após analisar eventuais recursos.

A votação incluiu legislativas (250 deputados) e para assembleias provinciais e respetivos governadores de província, neste caso com 794 mandatos a distribuir. A CNE aprovou listas de 35 partidos políticos candidatas à Assembleia da República e 14 partidos políticos e grupos de cidadãos eleitores às assembleias provinciais.

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