Total do suborno ascende a 200 milhões de dólares.
Dias depois de explodir o escândalo de denúncia de graves irregularidades em relação à compra pelo governo de Jair Bolsonaro de 38 milhões de doses da vacina indiana Covaxin sobrevalorizadas, o representante de outra empresa que negoceia imunizantes em larga escala, a Davati Medical Supply, acusou um membro do governo brasileiro de lhe ter exigido "luvas" milionárias para comprar outros 200 milhões à empresa que ele representa, desta feita da Astrazeneca. O executivo, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, acusou diretamente o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, de exigir "luvas" de um dólar por cada unidade da Astrazeneca que o Brasil comprasse à Davati, ou seja, um suborno de 200 milhões de dólares.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que explodiu como uma bomba no final da noite desta terça-feira (madrugada desta quarta em Portugal) nos meios políticos brasileiros, Dominguetti declarou que a proposta de "luvas" foi feita por Roberto Dias durante um jantar no restaurante Vastos, no Brasília Shopping, no centro da capital federal brasileira, no dia 25 de Fevereiro passado. No jantar, cujo convite estranhou pois tinha contactado o Ministério da Saúde um dia antes para marcar uma reunião formal de trabalho e não um encontro informal, segundo Dominguetti estavam presentes outras pessoas, e o encontro pode ser confirmado por imagens das câmaras internas do restaurante e do centro comercial.
O representante da Davati afirmou à Folha que o diretor de logística do Ministério da Saúde, demitido sumariamente pelo novo ministro da pasta, Marcelo Queiroga, ainda na noite desta terça, lhe disse que quem quisesse vender vacinas ao Brasil teria de pagar "luvas" e sugeriu que o empresário aumentasse o valor de cada dose, oferecida então a 3,5 dólares, para permitir o pagamento do suborno. Sempre conforme as declarações do executivo, Roberto Dias terá confirmado que fazia parte de um grupo sem autorização do qual nada era comprado pelo Ministério da Saúde, e que, para dar essa autorização e concretizar o negócio, o suborno teria de ser pago.
Luiz Paulo Dominguetti Pereira acrescentou que respondeu ao diretor do Ministério da Saúde que a empresa dele não trabalhava dessa forma e que nem o fabricante da vacina aceitaria uma proposta desse tipo, e que foi aconselhado por Roberto Dias a pensar no assunto antes de recusar de vez. Num novo encontro, agora já no Ministério da Saúde, para formalizar a oferta da sua empresa ao governo brasileiro, Dominguetti diz que a meio da reunião lhe pediram para ficar sozinho por alguns minutos numa sala contígua àquela em que decorria a reunião e que na altura recebeu um telefonema perguntando se tinha pensado na proposta das "luvas".
Ele diz que voltou a recusar a proposta desonesta e que daí a pouco o chamaram de volta para a sala de reunião, que acabou logo em seguida. Disseram-lhe que o Ministério da Saúde ia analisar a oferta e para aguardar uma resposta, que nunca chegou.
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