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Família de criança síria afogada pretendia ir para o Canadá

Pai da família foi o único sobrevivente.

03 de setembro de 2015 às 17:05

A família da criança síria cujo corpo deu à costa numa praia turca após o naufrágio de uma pequena embarcação pretendia ir para o Canadá, afirmou a tia do menor, citada esta quinta-feira pelo diário Ottawa Citizen.

Teema Kurdi, a viver em Vancouver (oeste do Canadá) há cerca de 20 anos, disse que tinha reunido em janeiro os documentos necessários para uma candidatura de imigração, ao abrigo do programa de refugiados, para o irmão e a respetiva família (mulher e dois filhos).

Em declarações ao jornal canadiano, Teema Kurdi relatou que tentou, com a ajuda de amigos e vizinhos, reunir as garantias bancárias necessárias para trazer a família para o Canadá, mas que não conseguiu.

Em junho passado, a candidatura para o estatuto de refugiados foi recusada à família pelos serviços de imigração canadianos devido, segundo Teema Kurdi, à complexidade dos pedidos de asilo provenientes da Turquia. Com a rejeição da candidatura, a família decidiu embarcar e tentar a sua sorte no Mediterrâneo.

Pai da criança contou como tudo aconteceu 

Oriundo da cidade curda de Kobane (norte da Síria), o pai da criança síria relatou hoje, pela primeira vez, os momentos que antecederam a morte da sua família.

"Tínhamos coletes salva-vidas, mas o barco virou de repente, porque as pessoas se levantaram. Segurei a mão da minha mulher. Mas os meus filhos escorregaram-me das mãos", afirmou Abdallah Ebdi, em declarações à agência de notícias turca Dogan.

"Estava escuro e todas as pessoas estavam a gritar. Foi por isso que a minha mulher e os meus filhos não podiam ouvir a minha voz. Consegui nadar até a costa graças às luzes, mas, uma vez em terra, não consegui encontrar a minha mulher e os meus filhos", disse Abdallah Ebdi. "Fui para o hospital e só aí recebi a má notícia", recordou.

Na quarta-feira, a fotografia de Aylan Kurdi, o menino sírio de três anos cujo corpo deu à costa na praia turca de Bodrum (sudoeste) tornou-se viral no mundo inteiro, provocando uma onda de indignação e de consternação.

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