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Filho de Bolsonaro bloqueia acesso do pai às redes sociais

Presidente do Brasil não atualiza as redes sociais desde a noite de domingo.

25 de abril de 2019 às 16:45

Frequentador habitual das redes sociais, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, não atualiza no entanto nenhuma delas desde a noite de domingo, não porque não queira, mas, simplesmente, porque viu as senhas de acesso alteradas. E não foi por nenhum ataque de algum hacker contrário às suas ideias radicais, mas sim pelo seu próprio filho Carlos Bolsonaro, a quem ele chama publicamente de "Pitbull" para exaltar a agressividade do mais polémico dos seus herdeiros.

Segundo vários relatos da imprensa brasileira, não desmentidos até à tarde desta quinta-feira, Carlos, que administra as redes sociais do pai, trocou as senhas de acesso depois de ambos terem uma violenta discussão na noite de domingo.

Bolsonaro criticou o filho por ter desencadeado nas redes sociais uma série de ataques contra o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, e apagou do canal oficial da presidência um vídeo com críticas a militares publicado por Carlos.

Furioso pelo facto do pai ter eliminado o vídeo e para que Bolsonaro não pudesse fazer o mesmo com outras publicações atacando Mourão e outros aliados do presidente, o que tem gerado grande instabilidade no governo, Carlos mudou as senhas, impedindo Jair Bolsonaro de aceder às suas próprias redes sociais.

Depois, sabendo que o pai não iria gostar e reclamaria furioso, Carlos viajou para São José, cidade na área metropolitana de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, e "exilou-se" pelo menos até esta quarta-feira num clube de tiro onde costuma aprimorar a sua pontaria com armas potentes, e durante ao menos esses três dias, ainda de acordo com as notícias na imprensa até agora não desmentidas, não atendeu o telemóvel.

Numa caricata situação, que evidencia a falta de autoridade de Bolsonaro sobre os filhos e até que ponto relações familiares e governativas se misturam e confundem no executivo, o presidente, talvez por não encontrar outra forma de contactar o filho, fez o seu porta-voz, general Otávio do Rego Barros, ler um comunicado presidencial exortando Carlos a parar imediatamente com os ataques ao vice-presidente.

Mas, mostrando claramente que dá mais importância ao seu papel de pai do que ao de presidente de mais de 200 milhões de brasileiros, no comunicado, a que Carlos reagiu com nova provocação publicando logo em seguida novos ataques a Mourão, Bolsonaro deixou claro que, em qualquer situação, ficará sempre ao lado dos filhos, ressaltando, "são sangue do meu sangue".

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