"Oferecemos negociações imediatas sobre o programa nuclear", afirmou o ministro alemão.
França, Alemanha e Reino Unido propuseram retomar as negociações nucleares com o Irão, no terceiro dia de conflito armado com Israel.
O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadephul, foi encarregado de estender publicamente a mão a Israel, durante uma entrevista à rede ARD.
"A Alemanha, juntamente com a França e o Reino Unido, está pronta. Oferecemos negociações imediatas sobre o programa nuclear. Espero que a oferta seja aceite", afirmou o ministro, horas depois de o Presidente da França, Emmanuel Macron, ter falado com o seu homólogo iraniano, Masoud Pezeshkian, para se pronunciar nos mesmos termos.
Os três países europeus faziam parte da antiga delegação 5+1 (os cinco países membros do Conselho de Segurança mais a Alemanha) que assinou em 2015 o histórico acordo nuclear com o Irão, no qual o Irão se comprometia a esclarecer as dúvidas sobre a natureza pacífica do programa nuclear em troca da sua reintegração nos mercados internacionais.
O acordo foi invalidado para todos os efeitos após a retirada unilateral ordenada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, três anos depois, durante o seu primeiro mandato na Casa Branca.
Embora os países europeus tenham manifestado a sua intenção de prosseguir com as negociações, o Irão denunciou que, na realidade, eles se tinham submetido completamente à decisão norte-americana.
No telefonema com o Presidente iraniano, Macron aproveitou para pedir a libertação de dois franceses detidos no Irão, Cécile Kohler e Jacques Paris, e exigiu ao seu homólogo proteção para as sedes diplomáticas, o pessoal e os cidadãos franceses no país.
"O programa nuclear do Irão é uma grave preocupação e deve ser resolvido através da negociação. Por isso, convidei o Presidente Pezeshkian a regressar rapidamente à mesa das negociações para chegar a um acordo, a única via viável para a desescalada", afirmou Macron numa mensagem publicada na sua conta do X.
"Estamos dispostos a contribuir e a mobilizar todos os nossos esforços para alcançar esse objetivo", acrescentou.
O Irão não se pronunciou sobre esta oferta e, nas últimas horas, denunciou o apoio que a Alemanha deu às operações israelitas: o próprio ministro Wadephul reivindicou o direito de Israel se defender perante a possibilidade de o Irão acabar por fabricar uma arma nuclear, algo que Teerão negou inúmeras vezes.
Numa mensagem publicada na rede X, o porta-voz dos Negócios Estrangeiros de Teerão, Esmail Baqaei, lamentou a posição da Alemanha e apelou à História como exemplo.
"Perguntem aos sobreviventes dos refugiados polacos e franceses que receberam passaportes iranianos para se protegerem de Hitler. Aqueles que estão perpetuamente do lado errado da História, é melhor que agora fiquem em silêncio", concluiu.
Nas últimas horas, as forças israelitas continuaram a atacar depósitos e estruturas de lançamento de mísseis no oeste do Irão e abateram pelo menos sete drones que ativaram os alarmes no norte de Israel, informou o exército.
Por sua vez, os bombardeamentos iranianos contra vários pontos de Israel, na madrugada deste domingo, provocaram pelo menos 10 mortos e sete desaparecidos, segundo os serviços de emergência israelitas e a polícia.
Na noite anterior, três pessoas tinham morrido em Telavive, elevando para 13 o número total de vítimas mortais desde o início da escalada.
Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, afirmou também este domingo, durante um encontro com embaixadores estrangeiros em Teerão, que, se Israel cessar os ataques contra território iraniano, Teerão deixará também de bombardear Israel, após mais uma noite de trocas de fogo entre os dois países.
Desde a madrugada de sexta-feira, mais de 100 pessoas terão morrido no Irão devido aos ataques israelitas, entre as quais se incluem altos quadros militares iranianos e cientistas nucleares ligados aos projetos de enriquecimento de urânio do país, mas também vários civis.
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