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Governo moçambicano confirma ataque armado em Palma junto a projeto de gás

Comunicações com Palma estão interrompidas, não havendo, até este momento, informação sobre vítimas e danos causados.

25 de março de 2021 às 08:20

O Ministério da Defesa de Moçambique confirmou esta quinta-feira, numa declaração à imprensa, um ataque armado à vila de Palma, norte do país, junto ao projeto de gás de Cabo Delgado.

"As forças de defesa e segurança estão a perseguir o movimento do inimigo e trabalham incansavelmente para restabelecer a segurança e a ordem com a maior rapidez", disse o coronel Omar Saranga, porta-voz do Ministério da Defesa moçambicano.

De acordo com a mesma fonte, as comunicações com Palma estão interrompidas, não havendo, até este momento, informação sobre vítimas e danos causados.

Várias fontes disseram na quarta-feira à Lusa que a população de Palma estava a abandonara vila e a refugiar-se na mata, cenário também confirmado pelo Ministério da Defesa.

Apesar da interrupção das redes móveis na vila, diferentes fontes disseram hoje à Lusa estar a receber indicações da região de Palma de que disparos de armas de fogo continuam durante a manhã de hoje na sede de distrito.

Uma delas indicou que, de acordo com um testemunho recebido por telefone satélite, os tiroteios perduraram durante a noite, nomeadamente junto a instituições bancárias e uma igreja.

Na declaração à imprensa de hoje, Omar Saranga referiu que o ataque realizado por grupos armados começou às 16:15 (14:15 em Lisboa) de quarta-feira, hora em que "terroristas atacaram a vila de Palma em três direções: cruzamento de Pundanhar - Manguna, via de Nhica do Rovuma e o aeródromo".

O Ministério da Defesa apela para a população "se manter vigilante e serena enquanto procura espaços seguros", pedindo colaboração com as autoridades, "denunciando os terroristas e homens armados para a sua neutralização".

A declaração mereceu também uma alusão ao projeto de gás liderado pela Total, o maior investimento privado em África, avaliado em cerca de 20 mil milhões de euros.

"As Forças de Defesa e Segurança (FDS) tudo farão para garantir a segurança e o bem-estar das populações contra os atos desumanos perpetrados pelos terroristas ao mesmo tempo que continuam a garantir a proteção dos projetos económicos" e "salvaguardar os direitos humanos", concluiu.

O ataque a Palma aconteceu no dia em que o Governo moçambicano e a petrolífera Total anunciaram a retoma gradual das obras do complexo industrial de Afungi, adjacente à vila de Palma (separados por sete quilómetros de terrenos), após reforço das condições de segurança.

A violência armada em Cabo Delgado está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.

Algumas das incursões foram reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico entre junho de 2019 e novembro de 2020, mas a origem dos ataques continua sob debate.

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