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Departamento de Economia catalão reabre após saída de todos os agentes da Guarda Civil

Polícia catalã escoltou saída da Guardia Civil do edifício.

21 de setembro de 2017 às 05:16

Os últimos agentes da Guarda Civil que estavam na sede do departamento de Economia em Barcelona abandonaram o edifício pelas 07h00 (08h00 em Lisboa) após quase 24 horas no local, que esta manhã retomava a atividade laboral.

Fonte do departamento disse à agência espanhola Efe que, depois da saída dos últimos agentes da Guarda Civil, o vice-presidente da Generalitat, o executivo catalão, Oriol Junqueras, e os restantes funcionários do Departamento estavam a voltar aos postos de trabalho com a "máxima normalidade possível", embora tenha ressalvado que têm "cinco companheiros detidos".

A Guarda Civil deteve na quarta-feira 12 pessoas, entre as quais altos cargos do governo autónomo da Catalunha, e está a proceder a buscas nos departamentos de Economia, Exterior, Trabalho e Governação no quadro das investigações sobre o referendo independentista.

As detenções e as nove operações de busca ordenadas pelo Tribunal de Instrução n.º 13 de Barcelona, no quadro das investigações sobre o eventual uso indevido de fundos públicos nos preparativos do referendo, suspenso por ordem do Tribunal Constitucional.

Fontes judiciais ligadas à investigação disseram à EFE que entre os detidos encontram-se o número dois da conselharia para a Economia, Josep Maria Jové, o secretário das Finanças, Josep Lluís Salvadó, Josué Sallent Rivas, responsável pelo Centro de Telecomunicações e Tecnologias de Informação (CCTI) e Xavir Puig Farré, do Gabinete dos Assuntos Sociais.

Uma comitiva judicial que incluía 25 agentes da Guardia Civil entrou por volta das 08h00 (07h00 em Lisboa) de quarta-feira no edifício para buscas relacionadas com os preparativos do referendo de 1 de outubro, convocado pelo Governo e suspenso pelo Tribunal Constitucional.

Os membros da comitiva judicial ficaram bloqueados no edifício durante horas depois de milhares de pessoas se terem concentrado em frente à sede em protesto pela operação levada a cabo pela Guarda Civil e ordenada pelo Tribunal de Instrução n.º 13 de Barcelona.

Durante a noite, os Mossos d'Esquadra carregaram contra vários manifestantes e criaram um cordão de segurança para permitir a saída de um primeiro grupo de elementos da Guarda Civil.

Já durante a madrugada, outro grupo de cinco agentes abandonou o edifício, os quais após percorrerem um pequeno trecho, entraram nos seus veículos sem identificação policial, tendo sido escoltados pelos Mossos d'Esquadra.

Os veículos e agentes dos Mossos que guardavam o exterior do edifício também saíram após a partida de todos os agentes da Guarda Civil e apenas uma carrinha e quatro agentes permaneciam nas proximidades do departamento.

Os serviços de limpeza da câmara municipal de Barcelona foram ativados a partir das sete da manhã (06h00 em Lisboa) e pouco depois foi reaberta ao trânsito aquela seção da Rambla da Catalunha, no centro da cidade de Barcelona.

Polícia da catalunha escolta saída da Guardia Civil do departamento de Economia

Os membros da Guardia Civil estavam desde as 08h00 de quarta-feira (07h00 em Lisboa) na sede do Departamento da Economia porque milhares de pessoas estavam concentradas no exterior e impediam a saída do edifício, situado no final da Rambla da Catalunha, próxima da Grande Via de Barcelona.

Cinco agentes à paisana abandonaram o Departamento já depois das 03h00 desta quinta-feira (02h00 em Lisboa), percorrendo um pequeno trecho na Rambla da Catalunha, até à Grande Via de Barcelona, onde entraram para veículos sem logotipos policiais, os quais foram depois escoltados pelos Mossos d'Esquadra (polícia catalã).

A saída dos elementos da Guardia Civil foi recebida com gritos de protesto pelos manifestantes, que se sentaram no chão para impedir a operação. Os Mossos começaram a retirá-los, arrastando-os pelos braços e pés.

Espanha disposta a negociar quando Catalunha "abandonar planos de independência"

"Quando abandonarem os planos de independência, podemos falar", disse Luís de Guindos numa entrevista ao jornal de referência britânico Finantial Times publicada na edição dsta quinta-feira.

Para este responsável governamental, a "Catalunha já tem muita autonomia", mas mesmo assim seria possível falar no futuro "numa reforma do sistema de financiamento e de outros assuntos".

O Tribunal Constitucional espanhol suspendeu no início do mês, como medida cautelar, todas as leis regionais aprovadas pelo Parlamento e pelo Governo da Catalunha que davam cobertura legal ao referendo de autodeterminação convocado para 1 de outubro próximo.

A quase uma semana da consulta popular, que ainda não se sabe se se vai realizar, tem aumentado a tensão entre os separatistas e as instituições espanholas que tentam impedir a realização do referendo.

A polícia espanhola confiscou na quarta-feira nos arredores de Barcelona quase 10 milhões de boletins de voto que iam ser utilizados no referendo e numa outra operação revistou uma série de edifícios do Governo regional e deteve 14 pessoas alegadamente envolvidas na preparação da consulta popular.

Na entrevista, De Guindos indica que o Governo espanhol do Partido Popular (direita) está hoje mais aberto à negociação do que estava há alguns anos, quando recusava determinantemente negociar mais autonomia.

O ministro sublinha que é provável que a 1 de outubro haja algum tipo de votação na Catalunha, mas nada que se possa chamar legitimamente como um referendo.

Luís de Guindos também defende que a independência seria "um suicídio económico e financeiro" que poderia reduzir em 20 a 30% o crescimento económico da Catalunha.

Esta comunidade autónoma espanhola tem 7,5 milhões de habitantes e é a mais rica do país, produzindo um quinto da riqueza anual, com um PIB superior ao de Portugal ou da Grécia.

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