Afirmação foi feita pelo ministro das Finanças, Economia e Planeamento da Guiné Equatorial, César Mba Abogo.
O ministro das Finanças, Economia e Planeamento da Guiné Equatorial, César Mba Abogo, disse este sábado que existe "um problema de narrativa com a Guiné Equatorial, em particular, e contra África em geral" nos meios de comunicação social.
"Há um problema de narrativa com a Guiné Equatorial, em particular, e com África em geral, e os meios de comunicação social têm de fazer um esforço mais sério, mais rigoroso, para contrastar essa narrativa apenas negativa", disse o ministro, em entrevista à Lusa em Malabo, à margem dos Encontros Anuais do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), que decorreram até sexta-feira.
"O problema da Guiné Equatorial é o clima de negócios, não é fácil fazer negócios no país", admitiu o governante, usando como referência o ranking Doing Business, do Banco Mundial: "Temos uma parte de responsabilidade, mas estamos a solucionar isso", vincou, exemplificando que enquanto há um ano os empresários demoravam dois ou três meses para abrir uma empresa e precisavam de um parceiro local, hoje a abertura de uma empresa demora uma semana e não implica um sócio equatoguineense.
Questionado sobre a razão de existir essa narrativa, o ministro respondeu: "As pessoas não querem informar bem, não se dão ao trabalho de confirmar os factos", reforçou, dizendo que tem quatro pessoas para trabalhar a comunicação, enquanto "os da narrativa têm milhões a trabalhar para eles e milhões a citá-los".
Questionado sobre o que estas pessoas terão contra a Guiné Equatorial, o ministro retorquiu, assumindo que "não é contra" aquele Estado, um dos integrantes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
"É contra os países que querem desenvolver-se, a história está configurada assim; temos desafios, sim, como tem Portugal, como tem Espanha, onde estudei, como têm todos os países", disse.
Para Cesar Mba Abogo, o que não se pode fazer é "extrapolar o que se vê num bairro ou numa zona e dizer que os índices de pobreza estão assim tão mal".
Convidado a deixar uma mensagem para os investidores que contradiga essa "narrativa negativa", o governante disse que não são os investidores que precisam de uma mensagem, mas sim os jornalistas: "A mensagem não é para as empresas, essas investem onde acham que vão fazer dinheiro, a mensagem é para os 'media', que são os que influenciam as decisões das empresas; os investidores não decidem bem porque a mensagem está distorcida, por isso a mensagem é para os meios de comunicação, que não informem mal e que não perpetuem estereótipos que vêm de há séculos atrás".
A Guiné Equatorial conta aplicar um conjunto de reformas nos próximos anos que lhe permita sair da recessão económica em que está mergulhada desde 2016, relançando o crescimento, e para isso realizou este ano a terceira conferência económica nacional para atualizar as principais linhas de atuação do país, com "objetivos até 2035 para consolidar a equidade social e a diversificação económica, e que estão alinhadas com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, com a Agenda para o Desenvolvimento 2063 e com as cinco prioridades estratégicas do Banco Africano de Desenvolvimento, afirmou o governante.
"Sempre procurámos um crescimento económico sustentado e inclusivo, isso está sustentado na segunda conferência económica de 2007, na qual decidimos que as receitas petrolíferas iriam ser canalizadas para quatro grandes áreas de atuação: dotar o país de infraestruturas que permitam melhorar as condições de vida das populações e a produtividade da economia, investir nas pessoas para aumentar a capacidade e as condições de vida, investir no setor produtivo e investir na boa governação", elencou.
"Estes quatro eixos de atuação têm no centro o indivíduo, que tem de viver num país em que há água, luz e em que se possa mover facilmente, com ligações à Internet, boa educação, saúde e leis, e sobretudo uma economia capaz de criar emprego", concluiu o governante.
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