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Ida de Bolsonaro ao parlamento termina com empurrões e um deputado ferido

Jair Bolsonaro foi ao Congresso para se reunir com os aliados após ter sido alvo de uma operação de buscas da Polícia Federal. Nicolas Ferreira, do Partido Liberal, terá sido atingido por objeto dos repórteres.

21 de julho de 2025 às 23:43

A ida do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Congresso, em Brasília, na tarde desta segunda-feira terminou num enorme tumulto, empurrões e um deputado ferido num olho. O caos à saída do antigo governante foi tão grande que a Polícia Legislativa teve de intervir e só a muito custo conseguiu controlar o tumulto generalizado.

O deputado ferido, Nicolas Ferreira, do Partido Liberal, PL, o mesmo de Jair Bolsonaro e parlamentar mais votado em todo o Brasil nas eleições de 2022, sangrou profusamente de um corte sob um dos olhos, mas preferiu minimizar o incidente. Aparentemente, ele foi atingido por um telemóvel ou pelo microfone de um dos muitos repórteres que se aglomeraram e se empurraram tentando chegar perto de Bolsonaro, e ficou bastante atordoado, mas acabou por se recuperar depois de socorrido por assessores.

Uma grande mesa de vidro que havia à saída do local onde Bolsonaro se reuniu com deputados e senadores de partidos de direita foi estilhaçada e pedaços atingiram várias pessoas, mas ninguém com gravidade. O púlpito preparado para uma entrevista de Bolsonaro, que acabou por não acontecer por proibição da justiça, também foi danificado.

Jair Bolsonaro foi ao Congresso, que está fechado para férias desde o final da semana passada, para se reunir com os aliados no primeiro encontro após ter sido alvo de uma aparatosa operação de buscas da Polícia Federal na sua residência em Brasília na passada sexta-feira e de ter sido obrigado pelo juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, STF, a usar pulseira eletrónica para ter os seus passos monitorizados. Moraes também o proibiu de falar com diplomatas, de se aproximar de embaixadas, de usar redes sociais e obrigou-o a recolher-se em casa à noite e aos fins de semana.

Na reunião desta segunda-feira estiveram presentes 50 deputados e 2 senadores de vários partidos, além de representantes de entidades que apoiam o ex-presidente. Foram traçadas as linhas-mestras do que foi chamado no encontro de resistência às arbitrariedades do judiciário, principalmente de Alexandre de Moraes, contra Bolsonaro e outros nomes da direita, e foi repudiado o julgamento, em tramitação avançada no STF, do antigo governante e outros arguidos por suposta tentativa de golpe de Estado, considerado pelos presentes um julgamento político.

A pedido da multidão de jornalistas que o aguardavam à saída da reunião, Bolsonaro exibiu pela primeira vez a pulseira eletrónica que lhe foi colocada sexta-feira na perna esquerda. Ele considerou a medida injusta, voltou a dizer que a colocação do equipamento tinha como objetivo a sua extrema humilhação pública, e desabafou que não matou, não roubou dinheiro público e que a única justiça que realmente lhe interessa é a de Deus.

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