Avanço ainda não é uma cura, adiantaram os investigadores.
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Um implante de um dispositivo elétrico na coluna vertebral em três pessoas paraplégicas há anos permitiu, em conjugação com meses de intensa reabilitação, que voltassem a andar, mas o avanço ainda não é uma cura, adiantaram os investigadores.
Segundo a agência Associated Press, o acontecimento divulgado por duas equipas de investigadores que trabalham separadamente, ainda não representa uma cura, uma vez que os pacientes apenas conseguem caminhar com assistência, seja de um andarilho ou outra qualquer ajuda que lhes permita manter o equilíbrio.
O avanço é que se se desligar o estímulo elétrico, os pacientes voltam a não conseguir mover as pernas de forma voluntária.
Numa sessão de fisioterapia, o paciente de 29 anos Jered Chinnock moveu-se para trás e para a frente numa distância equivalente a um campo de futebol.
"A parte de andar ainda não é algo que me permita simplesmente deixar a cadeira de rodas para trás e ir", disse Chinnock à AP, acrescentando que "há, no entanto, esperança de que isso venha a ser possível".
O trabalho insere-se no objetivo de ajudar pessoas com lesões na coluna vertebral a recuperar as funções do corpo, e os investigadores afirmam que apesar de o estímulo apenas ter sido testado num grupo pequeno de pessoas, é uma abordagem promissora que precisa de mais estudo.
Cristina Sadowsky, especialista em reabilitação do hospital universitário norte-americano Johns Hopkins, afirmou estar entusiasmada em relação ao avanço, mas alertou que nem todos os pacientes com lesões semelhantes vão responder da mesma forma.
Lesões graves na coluna vertebral 'desligam' a capacidade de o cérebro dar uma ordem de movimento aos nervos, que por sua vez a devem ativar nos músculos.
Outras abordagens para contornar a falta de mobilidade de pessoas paraplégicas já foram tentadas, como exoesqueletos ou implantar estímulos nos músculos, que ajudar a mover membros paralisados.
Com esta nova abordagem, os três pacientes estão a dar passos sob o seu próprio comando, com movimento intencional, referem os artigos hoje publicados nas revistas científicas Nature Medicine e New England Journal of Medicine.
A teoria em relação a esta abordagem é a de que os circuitos nervosos sob o local da lesão estão apenas adormecidos, não mortos, e que aplicar corrente elétrica pode acordar alguns desses circuitos que, conjugado com uma reabilitação rigorosa, pode restaurar as 'ligações enferrujadas' e, eventualmente, permitir que voltem a receber comandos simples.
"A recuperação pode acontecer se se verificarem as circunstâncias certas", referiu a professora da Universidade de Louisville Susan Harkema, co-autora do estudo publicado pelo New England Journal.
"A coluna vertebral pode voltar a fazer coisas, não tão bem como fazia antes, mas pode voltar a funcionar", acrescentou.
Há quatro anos a equipa de Harkema fez manchetes quando alguns pacientes implantados com um estimulador da coluna vertebral - originalmente concebidos para tratar dor - foram capazes de mover os dedos dos pés, as pernas e pôr-se de pé por breves instantes. Mas não conseguiram andar.
Um dos estudos aponta ainda a necessidade de cautela em relação à segurança dos pacientes: um deles fraturou a anca num exercício de reabilitação numa passadeira, ainda que cuidadosamente apoiado.
A nova abordagem vai necessitar de estudos mais aprofundados não apenas para perceber se pode ajudar outros pacientes, mas também para definir riscos. E ainda não é claro quanto custa esta terapia, cuja tecnologia continua a ser desenvolvida pelos investigadores.
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