"Catherine será a presidente para todos nós e será a minha presidente", referiu a adversária.
A candidata independente de esquerda às eleições presidenciais na Irlanda, Catherine Connolly, foi este sábado declarada vencedora, com a sua única adversária e membro do partido centrista Fine Gael, Heather Humphreys, a admitir a derrota esta tarde.
"Catherine será a presidente para todos nós e será a minha presidente", referiu Heather Humphreys à televisão pública RTE.
Para o bloco progressista que a apoiou nas urnas, a vitória de Connolly nas eleições demonstra uma alternativa ao bipartidarismo de centro-direita que governa o país há quase uma década.
A contagem dos votos de primeira preferência dos 43 círculos eleitorais do país concedeu a Connolly um apoio de 63,4 %, contra 29,5 % de Humphreys, enquanto a participação subiu para 45,8 %, quase dois pontos a mais do que em 2018.
O candidato do Fianna Fáil, o futebolista gaélico Jim Gavin, que se retirou da disputa logo após o início da campanha devido a um escândalo financeiro, recebeu 7,2%.
O nome do ex-treinador da equipa do condado de Dublin permaneceu nas cédulas e os seus votos de segunda preferência puderam ser transferidos para os rivais, conforme permitido pelo sistema eleitoral irlandês.
Embora a presidência seja quase simbólica e tenha poderes muito limitados, a candidata da coligação de esquerda do Dáil (Câmara Baixa) propõe "otimismo e esperança" contra o "cinismo e negatividade" da velha política, afirmou Mary Lou McDonald, líder do Sinn Féin e da oposição.
"É uma vitória espetacular para as forças combinadas da oposição sobre as políticas falidas do Fianna Fáil e do Fine Gael", sublinhou a líder nacionalista, que também comemorou a sua decisão de não apresentar um candidato próprio para apoiar Connolly.
Também o Partido Trabalhista, ao qual a próxima presidente pertencia antes de se tornar deputada independente, insistiu, pela voz da sua líder, Ivana Bacik, que "é possível uma nova forma de fazer política".
"Agora acreditamos que podemos tornar realidade a ambição, a perspectiva real de formar um governo de centro-esquerda após as próximas eleições gerais", acrescentou a líder trabalhista sobre a data prevista para 2029.
Connolly, advogada e psicóloga clínica de 68 anos, declarou hoje estar "absolutamente encantada" por suceder no cargo ao veterano trabalhista Michael D. Higgins, que o exerceu durante dois mandatos consecutivos desde 2011.
"Serei uma presidente que ouve, reflete e fala quando necessário, serei uma voz a favor da paz, uma voz baseada na nossa política de neutralidade, uma voz que articule a ameaça existencial que representa as alterações climáticas e uma voz que reconheça o enorme trabalho que está a ser realizado em todo o país", afirmou.
Por outro lado, Humphreys, de 62 anos e com vasta experiência ministerial, felicitou a sua rival, desejou-lhe "o melhor" e afirmou que será "uma presidente para todos".
Apesar da popularidade de Connolly, sobretudo entre os jovens, e a bagagem política de Humphreys, nenhuma delas conseguiu gerar grande entusiasmo durante a campanha, na qual quase metade do eleitorado disse não se sentir representado por elas, o que contribuiu para um número sem precedentes de votos nulos, mais de 200.000 contra pouco mais de 8.000 em 2018.
Por isso, a décima chefe de Estado, a terceira mulher no cargo, enfrenta o desafio de desempenhar uma função unificadora num país onde alguns setores a consideram um símbolo de mudança ou uma extremista, com repercussões, dizem, nas relações internacionais devido ao seu histórico de críticas à União Europeia, aos EUA e à NATO.
A Irlanda, ao contrário de Portugal, utiliza o sistema de voto preferencial, em que os eleitores classificam os candidatos por ordem de preferência. Se nenhum candidato tiver mais de 50% dos votos na primeira contagem, o candidato com menos votos é eliminado e os seus votos são redistribuídos de acordo com a segunda preferência de cada eleitor.
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