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Irão exige 145 milhões de euros a israelita por navio de bandeira portuguesa apreendido

Navio tinha 25 tripulantes a bordo e foi apreendido no Estreito de Ormuz a 13 de abril de 2024 pela Guarda Revolucionária.

28 de outubro de 2025 às 14:28

O Irão exige o pagamento de uma multa de cerca de 145 milhões de euros ao proprietário israelita de um porta-contentores com bandeira portuguesa apreendido em 2024 pelas forças iranianas, anunciou esta terça-feira uma autoridade judicial iraniana.

O navio, o porta-contentores 'MSC Aries', detido por uma empresa britânica mas com bandeira portuguesa, tinha 25 tripulantes a bordo e foi apreendido no Estreito de Ormuz a 13 de abril de 2024 pela Guarda Revolucionária, o exército ideológico do Irão, por estar alegadamente "ligado a Israel".

Na altura, a agência noticiosa oficial do Irão, a IRNA, noticiou que o navio era "gerido pela empresa Zodiac, que pertence ao capitalista sionista Eyal Ofer".

Considerado como o homem mais rico de Israel, Eyal Ofer é presidente do Ofer Global, um grupo israelita com sede no Mónaco, que atua em setores como logística marítima, mercado imobiliário, tecnologia, energia, bancos e investimentos diversificados.

Esta terça-feira, o porta-voz do poder judicial iraniano, Asghar Jahangir, anunciou que o caso foi encaminhado para os tribunais, mas sem especificar uma data.

"Foi pedida uma multa de 170 milhões de dólares [cerca de 145 milhões de euros] contra o seu proprietário, de origem israelita, acusado de financiar o terrorismo", avançou a mesma fonte.

Após a apreensão do navio, os Estados Unidos condenaram "um ato de pirataria" e apelaram ao Irão para que libertasse "imediatamente o navio de bandeira portuguesa e propriedade britânica, e a sua tripulação, composta por indianos, filipinos, paquistaneses, russos e estónios".

Em Israel, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, pediu à União Europeia que designe a Guarda Revolucionária como uma "organização terrorista".

O porta-voz judicial iraniano acrescentou esta terça-feira que "o valor do navio apreendido, excluindo contentores, está estimado em 170 milhões de dólares", alegando que o proprietário é "um sionista reconhecido" e "uma figura influente dentro do Governo israelita".

A apreensão do navio aconteceu no meio do aumento das tensões no Médio Oriente devido à guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, desencadeada por um ataque em solo israelita a 07 de outubro de 2023 e posterior retaliação de Telavive.

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