Empresária deu entrevista depois de ter sido afastada da presidência do conselho de administração da petrolífera estatal.
1 / 6
A empresária Isabel dos Santos explicou hoje que o financiamento que deixa pronto a ser utilizado pelo próximo conselho de administração da Sonangol, no valor de 2.000 milhões de dólares, será garantido por vários bancos europeus e chineses.
Em entrevista ao telejornal noturno da TV Zimbo, canal privado angolano, um dia depois de ter deixado a presidência do conselho de administração da petrolífera estatal, a empresária e filha do ex-chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, recordou que recebeu em 2016 uma empresa sem credibilidade, depois de falhados compromissos do ano anterior com banca.
"Foi importante reconstruir esta confiança com o setor bancário", explicou Isabel dos Santos, apontando esse processo como um dos exemplos da gestão de 17 meses à frente da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol).
Essa recuperação da credibilidade da petrolífera estatal, acrescentou, culminou com o entendimento com um consórcio bancário para financiar a Sonangol, através de linhas asiáticas e europeias.
"São bancos europeus top de líder e bancos chineses top de líder que vão financiar. A linha está montada, agora caberá ao conselho de administração atual concretizar este financiamento, que é na rodem dos 2.000 milhões de dólares [1.700 milhões de euros], e que permitirá à Sonangol terminar o ano com todos os 'cash calls' pagos", disse a empresária.
Os 'cash calls' são pedidos de fundos que as petrolíferas fazem, para realizar os investimentos, e Isabel dos Santos já tinha explicado na quinta-feira, depois da exoneração do cargo por decisão de João Lourenço, que, em dezembro de 2015, a Sonangol, "pela primeira vez na sua história não tinha conseguido cumprir com as suas obrigações junto da banca", além de ter "dívidas com os fornecedores e pesadas 'cash calls'".
Com este empréstimo, segundo Isabel dos Santos, a Sonangol poderá liquidar os 'cash calls' relativos a 2017, "permitindo, assim, chegar ao final do ano sem dívidas aos nossos parceiros".
Contudo, a nova administração da petrolífera, liderada por Carlos Saturino e empossada na quinta-feira pelo Presidente angolano, ainda não se pronunciou sobre este empréstimo.
Na entrevista desta noite, a empresária voltou a sublinhar a situação dramática e de pré falência em que a Sonangol estava em junho de 2016, quando foi nomeada por José Eduardo dos Santos para presidir à petrolífera.
Recorda que a dívida financeira do grupo estatal, quando iniciou funções, era de 13.000 milhões de dólares (11.000 milhões de euros), cifrando-se atualmente em 7.000 milhões de dólares (5.950 milhões de euros) e que foram identificadas 400 iniciativas de redução de custos, no valor de 1.400 milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros), dos quais 380 milhões de dólares (323 milhões de euros) já foram efetivadas.
Além disso, como exemplo da recuperação da credibilidade da Sonangol, recorda que deixou a empresa com iniciativas em curso que irão permitir uma poupança de 784 milhões de dólares (666 milhões de euros).
Durante a entrevista não foram abordados diretamente os motivos que levaram à exoneração das funções, tendo Isabel dos Santos garantido apenas que a missão do grupo de trabalho criado pelo Presidente da República, João Lourenço, para avaliar o setor petrolífero angolano, "não foi debruçar-se sobre a Sonangol ou sobre a gestão da Sonangol".
"A nossa relação com as empresas petrolíferas é boa, muito boa", afirmou ainda.
Questionada sobre o interesse em manter o nível de investimento em Angola após as eleições de agosto, que levaram à saída de José Eduardo dos Santos e à chegada ao poder de João Lourenço, aquela que é considerada a mulher mais rica de África, garantiu que vai continuar a apostar no país.
"Eu sou angolana, gosto de Angola, é o meu país, acredito que Angola é um país que tem tudo para dar certo. Temos uma diversidade de investimentos possíveis, por isso acho que sim, que continuarei", concluiu.
Depois das telecomunicações, banca, energia, cimentos e distribuição, Isabel dos Santos inaugurou hoje, em Luanda, a fábrica da "Luandina", a nova cerveja nacional que nasce de um investimento em conjunto com o marido, o empresário congolês Sindika Dokolo.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.