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Isabel II honrou a mais antiga aliança da Europa com duas visitas inesquecíveis a Portugal

Primeiro em 1957, depois em 1985: Como a monarca inglesa foi recebida em apoteose e a festa feita de Norte a Sul.

Primeiro em 1957, depois em 1985: Como a monarca inglesa foi recebida em apoteose e a festa feita de Norte a Sul.

08 de setembro de 2022 às 18:34

Tinham passado uns escassos cinco anos desde que havia sido coroada quando a rainha Isabel II protagonizou aquela que, por cá, ficaria conhecida como "a visita do século". Foi em 1957, em pleno período do Estado Novo, que a monarca encantou Portugal com a primeira visita de Estado a terras lusas.

A visita, preparada ao detalhe durante largos meses por Salazar, tinha dois grandes objetivos logo à primeira vista: se por um lado a ideia seria reforçar aquela que é a aliança mais antiga da Europa, entre Inglaterra e Portugal, por outro ainda estava pendente ‘retribuir’ a visita oficial feita pelo então Presidente Craveiro Lopes e pela mulher, Berta Ribeiro Arthur, dois anos antes.

Mas há mais a ler nas entrelinhas: a visita foi essencial e estratégica para Isabel II compreender o sentimento português no pós-II Guerra Mundial, assim como a crescente pressão internacional sob os dois países aliados, no que diz respeito aos pedidos de independência das colónias ultramarinas.

Foi um encontro de países irmãos em cenário de contrastes. Portugal optou por se afastar do conflito na II Guerra Mundial, adotando uma postura de neutralidade colaborativa com os Aliados, apenas respondendo a parcos pedidos feitos pelos países da Aliança com quem mantinha longas e boas relações. O país estava assim fragilizado a nível político, de Defesa Nacional, de relações internacionais e de integração. No outro espectro, o Império Inglês estava debilitado em todos os sentidos após a participação na guerra: Londres fortemente bombardeada durante o conflito, perdas humanas irreparáveis, uma profunda crise socioeconómica.

O que unia os dois países? Ambos viviam um período em que, de forma crescente, as suas colónias começavam a clamar liberdade e independência. A Coroa Inglesa acabava (dez anos antes) de ver a Índia foram do império, dividindo-se entre a União Indiana e o Paquistão. As outras colónias inglesas, em África e na Ásia, estavam a seguir o mesmo processo de independência e, o ‘irmão’ Portugal temia que o mesmo acontecesse com os territórios ultramarinos. A visita de Isabel II serviu também para alinhar estratégias nesse sentido.

Isabel II chegou a Portugal pela primeira vez no dia 15 de fevereiro e viria a abandonar o país no dia 20, no entanto, a visita oficial só se iniciou no dia 18.

Aterrou no Montijo e resolveu ’crise’ no casamento em Portugal

Isabel II chegou a Portugal na aeronave "Viscount", tendo aterrado na Base Aérea do Montijo onde aguardou pelo marido. O príncipe Filipe estava há quatro meses afastado da monarca, tendo estado a bordo do iate "Britannia" numa grande travessia de barco do Atlântico para o Pacífico. O caso gerou inúmeros rumores de crise no casamento entre Isabel e Filipe. O príncipe consorte atracou em Setúbal e encontrou-se com a esposa no interior da aeronave. O casal saiu, momentos depois, sorridente e a acenar. Filipe levava uma marca de batom da rainha no rosto. Este episódio, associado à visita oficial de grande sucesso que viriam a protagonizar, depressa dissipou as nuvens de tensão que toldavam a união dos dois.

Primeiro, Isabel exigiu passar alguns dias com o marido e com amigos portugueses. Diz-se nas cartas trocadas com Salazar, relativas ao protocolo, que a monarca tinha "certos desejos íntimos" para realizar. Falava-se, na imprensa cor-de-rosa, de uma segunda lua-de-mel com Filipe.

O casal real dedicou assim o segundo dia em terras lusas a Domingos de Souza e Holstein Beck e a Maria do Carmo Pinheiro de Mello, duques de Palmela, com quem haviam travado amizade na altura em que os duques foram embaixadores no Reino Unido. Os quatro jantaram na Casa de Palmela, guardados por elementos da PIDE.

No dia seguinte, dia 18 de fevereiro, embarcaram em Setúbal no iate "Britannia" e seguiram para a capital, dando início à visita oficial.

Isabel II e Filipe chegaram ao Cais das Colunas, em Lisboa, depois de atravessarem o rio Tejo. Esperavam-nos Craveiro Lopes e António de Oliveira Salazar, que mostrou um rasgado sorriso a sua majestade. Houve salvas de 11 tiros e ouviu-se o hino "God Save the Queen". Seguiu-se a parada militar com seis mil homens no Terreiro do Paço, sempre com milhares de portugueses nas ruas a acenar com pequenas bandeiras de Portugal e do Reino Unido.

Antes de chegar ao palácio de Queluz, onde Isabel II viria a ficar instalada, o cortejo com a monarca numa luxuosa carruagem, parou no Parque Eduardo VII, com este nome em homenagem precisamente ao bisavô de Isabel II, que havia visitado Lisboa há 50 anos.

"A sua felicidade transparece no rosto ao atravessar as ruas inundadas de gente que a saúda e lhe atira flores", escrevia o "Daily Mail" sobre a visita de Isabel II a Lisboa.

Depois de instalada em Queluz, e após um almoço, Isabel II reúne-se em Lisboa com Craveiro Lopes. O Presidente agracia-a com a Banda das Três Ordens, a mais alta condecoração portuguesa que é feita totalmente em metais preciosos. Como presentes, Isabel II recebeu um cavalo lusitano, de nome ‘Bussaco’, e o príncipe Filipe recebeu um tinteiro em prata portuense do século XVIII. Ao Presidente, o casal real ofereceu uma pintura a óleo da Aliança Luso-Britânica.

Ao final da tarde, foi recebido o presidente do Conselho de Ministros, Salazar, pela rainha no Palácio de Queluz. Sobre o que falaram os dois é, até hoje um mistério mas consta que Isabel terá ficado "fascinada" com as histórias que o ditador português lhe contou sobre Portugal e a sua marca no mundo. O que se tem a certeza é que a soberana ofereceu a Salazar uma foto sua autografada.

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Um banquete na Ajuda com direito a discurso polémico

Seguiu-se, nesse segundo dia da primeira visita oficial, o momento mais solene: o banquete oficial no Palácio da Ajuda. A Rainha deslumbrou ao surgir num exuberante vestido em seda alva, com bordados a fio de ouro e já com a Banda das Três Ordens colocada. Envergava também um colar de diamantes e esmeraldas e a famosa tiara Vladimir, a favorita da monarca e a mais importante da sua coleção.

Na Sala dos Jantares Grandes, Isabel ficou impressionada com as pinturas e frescos, assim como toda a decoração de lustres de cristal e a ‘mise en scène’ das mesas postas, com toalhas de linho, talheres em prata, arranjos florais surpreendentes, castiçais e pratos da baixela da corte portuguesa.

Seguiu-se a refeição: primeiro um caldo aromatizado, depois salmão do Minho com molho verde, galinha à moda do Convento de Alcântara e, de sobremesa, doce de natas com amêndoa do Algarve e frutas portuguesas. A acompanhar, não faltaram os melhores vinhos portugueses, incluindo os do Porto, tão apreciados pelo casal real.

Isabel protagonizou uma ‘gaffe’ aos olhos dos políticos e representantes presentes quando começou o banquete. A Rainha desfez o pão na sopa, algo que só as classes mais baixas em Portugal faziam, mas depressa o ato foi replicado por todos os presentes

No final da refeição, Isabel II fez um discurso no qual sublinhou a importância da antiga aliança entre os dois países, recordando Filipa de Lencastre, a inglesa que casou com D. João I e que foi mãe do Infante D. Henrique, grande impulsionador do arranque das Descobertas Portuguesas. O discurso agradou a Salazar, com Isabel II a referir os "interesses comuns" de Portugal e do Reino Unido, como a ligação transatlântica e a NATO, e a "herança cultural comum que deve ser protegida", aludindo várias vezes ao "mundo civilizado" e como ambos os países-irmãos faziam parte deste mundo. As declarações não foram vistas com bons olhos pelos EUA e pela ONU, que continuava a criticar recorrentemente quer Portugal, quer o Reino Unido, pelas políticas colonialistas. O discurso foi interpretado como uma resposta às críticas.

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Os dias seguintes: O aceno nos Paços do Concelho e a ‘tour’ por Portugal

No segundo dia, 19 de fevereiro, Isabel I, que tinha manifestado desejo de visitar uma instituição de solidariedade ou um bairro social, esteve na nova urbanização da Ajuda, num percurso que passou também pelo Mosteiro dos Jerónimos e pelo Museu dos Coches.

Ainda, Isabel II tinha dito que não queria visitar hospitais ou "pessoas doentes", mas acabou por se encontrar com uma antiga aia sua, de nacionalidade portuguesa, que agora estava em Portugal, devido à avançada idade, doente e acamada.

Seguiu-se uma receção e um almoço nos Paços do Concelho. Os milhares de portugueses que se concentraram na Praça do Município levaram Isabel II a agradecer, emocionada, a aclamação, com um longo aceno feito a partir da varanda. Depois, houve tempo para receber 250 convidados, para um encontro com os representantes da comunidade inglesa em Portugal e ainda para um banquete na Embaixada Inglesa. O segundo dia terminou com a Rainha a assistir a uma récita de gala no Teatro São Carlos. Durante o intervalo, Isabel II voltou a falar animadamente com Salazar, em francês.

No dia seguinte, a pedido da própria, Isabel esteve na Nazaré. Passou em seguida por Alcobaça, altura em que visitou o Mosteiro, tendo sido recebida pelos estudantes da Universidade de Coimbra que, devidamente trajados, deitaram as capas negras ao chão para que a monarca por cima delas passasse. Logo depois, visitou o Mosteiro da Batalha, onde a memória de Aljubarrota serve para sublinhar a importância das técnicas de batalha inglesa desenvolvidas na Guerra dos 100 Anos, como a ‘tática do quadrado’, usada para garantir a vitória portuguesa em Aljubarrota.

No regresso, a comitiva inglesa faz uma paragem em Vila Franca de Xira, onde Isabel II tem oportunidade de ver um desfile dos melhores exemplares de cavalos portugueses, com uma guarda de honra de 300 cavaleiros ribatejanos e ainda 200 campinos. À noite, no iate real "Britannia", a rainha Isabel II e o príncipe Filipe oferecem um banquete ao Presidente e à mulher. Segue-se um incrível espetáculo de fogo-de-artifício sobre o Tejo, que leva milhares às ruas de olhos portos no céu.

No dia 21 de fevereiro, último dia da visita, Isabel II despediu-se de Craveiro Lopes em Queluz, depois de se ouvirem os hinos nacionais, e seguiu para Lisboa, atravessando o Campo Grande e as Avenidas Novas, até chegar ao aeroporto. Embarcou no "Viscount" às 11 horas e seguiu para o Porto.

Isabel II despediu-se de Portugal, pela primeira vez, com uma curta visita à Invicta. Encontrou-se com súbditos ingleses que viviam na cidade portuense, visitou a Feitoria Inglesa e o Palácio da Bolsa, antes de voltar a embarcar no avião que a levou de regresso ao Reino Unido.

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É dia 26 de março de 1985. Isabel II visita novamente Portugal e chega a Lisboa num avião da "British Airways", decorado a preceito.

A meio da manhã. Já no Tejo, uma salva de 21 tiros saúda a rainha que viajava com a escolta de três fragatas portuguesas e uma inglesa junto iate real na aproximação a Belém.

Ramalho Eanes e a mulher recebem Isabel II, que envergava um elegante tailleur azul claro, e o marido que se apresentou de fato escuro. Trocam algumas palavras e seguem a pé até ao carro, com grande comitiva de portugueses e ingleses residentes em Portugal a saudar a monarca.

A escolta da GNR, a cavalo, acompanha o cortejo que se dirige em marcha lenta até aos Jerónimos. Durante todo o percurso há festa, ouvem-se gritos de "Viva a Rainha", e veem-se bandeiras do Reino Unido nas mãos das pessoas. Nos Jerónimos, são prestadas honras militares e tocados os hinos de Portugal e de Inglaterra. Segue-se um desfile militar que conta com a presença de Mário Soares, primeiro-ministro. Na igreja do Mosteiro dos Jerónimos, Isabel e Filipe depositam uma coroa de flores (com as cores inglesas: azul, vermelho e branco) no túmulo de Camões, num momento emotivo e de homenagem.

O casal segue depois para o Palácio de Belém e às 12h0 são recebidos por Eanes e a mulher. Antes do almoço informal, reuniram e trocaram presentes. A Rainha e o marido passearam também nos jardins do Palácio de Belém e receberam cumprimentos da comunidade inglesa a viver em Portugal.

No segundo dia, instalada em Queluz, a Rainha recebe os cumprimentos do corpo diplomático. Ainda de manhã, segue para a Estufa Fria, no topo do Parque Eduardo VII, com este nome em homenagem ao seu bisavô que esteve em Portugal, em 1913. É na Estufa Fria que inaugura o busto de Eduardo VII, envergando um vistoso conjunto vermelho, com um chapéu com uma rosácea da mesma cor.

Já no interior, a monarca troca presentes com presidente da Câmara e recebe a medalha de ouro da cidade. Isabel II assina nesse momento o livro de honra mas enfrenta um percalço: a caneta não funcionava, prontamente, a Rainha retira a sua caneta pessoal da mala e assina o livro.

Segue depois para Sintra, onde largas centenas de pessoas a esperam naquela que era uma das localidades preferidas do escritor Lord Byron, um dos maiores expoentes do romantismo inglês. Almoça no Palácio da Vila, a convite do então primeiro-ministro, Mário Soares. Foi nessa ocasião que uma admiradora da Rainha conseguiu furar a segurança, no momento dos cumprimentos, e alcançar a soberana, perante a qual se desfez em vénias.

Após almoço e brinde de saudações, Isabel visita a "St. Julian Scholl", em Carcavelos. Cumprimenta alunos e professores em apoteótica festa e inaugura um novo pavilhão no estabelecimento de ensino privado, numa visita que se prolongou por mais de uma hora. Isabel demora-se a trocar palavras com os alunos que a partir de então começaram a celebrar a data no colégio, com um feriado oficial.

Em seguida, a Rainha de Inglaterra visita a Assembleia da República e é recebida pelo Presidente. Na sessão em São Bento, trocou algumas impressões com alguns deputados. O Presidente da Assembleia da República fez questão de assinalar a "união e os caminhos históricos" de Portugal e de Inglaterra. Momento a que se seguiu mais uma troca de presentes, à monarca foi entregue um astrolábio e o Parlamento recebeu três gravuras portuguesas.

Na Ajuda, na noite do segundo dia, Isabel II discursa e fala em português. Servindo-se das palavras imortais de Fernando Pessoa, na ‘Mensagem’, a rainha profere: " Tudo vale a pena quando a alma não é pequena".

"A alma dos Descobrimentos Portugueses não foi uma alma pequena. Ainda está viva e estou convencida de que o Reino Unido e Portugal ainda terão muito a fazer juntos, na descoberta do Mundo Moderno que está à nossa frente. Desejamos o melhor para Portugal, numa altura em que avança no caminho para membro de pleno direito da Comunidade [Económica] Europeia", destaca Isabel II, fazendo um brinde em seguida com o Presidente Ramalho Eanes.

Já o Presidente falou da questão de Timor-Leste, antes de se referir também à integração de Portugal na CEE: "Portugal recebeu sempre o apoio inequívoco do Reino Unido. Tal apoio deve ser considerado mais uma manifestação da aliança luso-britânica". Foi ainda referido o respeito pelas "novas soberanias surgidas" nos territórios que outrora pertenceram a Portugal ou ao Reino Unido.

No terceiro dia, os monarcas seguem para Évora, que se ‘veste a preceito’ com as janelas cobertas com colchas, brocados e tapetes. Com um tailleur amarelo-dourado, com chapéu e casaco da mesma cor, a Rainha apresenta-se na Câmara Municipal de Évora, onde, com Ramalho Eanes, é recebida pelo presidente da Câmara e autoridades regionais. Aí, recebe um tapete de Arraiolos, um guia histórico da cidade e um livro sobre a tradição do fabrico dos tapetes tão típicos portugueses.

Envolta num grande dispositivo de segurança, visita a Sé de Évora e faz um passeio a pé pela zona história da cidade. Momentos mais tarde, assiste a uma exibição equestre da Coudelaria de Alter-do-Chão, que proporcionou um espetáculo muito apreciado pela soberana.

Antes de um almoço na Universidade de Évora, Isabel II ainda tem oportunidade de assistir a uma demonstração de cante alentejano. Pelas 15h00 termina a visita e regressa a Lisboa.

Já de volta à capital, é recebida de forma muito efusiva na sua deslocação ao Teatro Nacional D. Maria II. Foi a primeira vez que foi utilizado o camarote real desta icónica sala de espetáculos nacional, desde que o teatro foi reconstruído, em 1978. Isabel II deslumbra com um vestido cinza-brilhante, com aplicações em cristal no busto. Durante a hora que durou a Gala de Honra, a monarca inglesa ouve canções medievais portuguesas, poemas de Camões cantados e, a fechar a noite cultural, assiste ao espetáculo ‘Danças para uma Guitarra’, com Carlos Paredes a tocar, acompanhado com bailado do Ballet Gulbenkian, com coreografia construída de propósito para o evento. No final, faz questão de falar com Carlos Paredes de forma informal: mostra-se interessada na guitarra portuguesa e na relação entre a música de Paredes e a dança a que assistira.

No quarto e último dia de visita, volta a ir ao Porto, é recebida por uma Ribeira pintada com as cores de Portugal e do Reino Unido, em cada janela, em cada varanda. Acompanhada por Ramalho Eanes, a Rainha visita a Câmara do Porto, onde lhe são entregues as chaves da cidade e dois presentes: uma arca com seis garrafas de vinho do Porto e uma toalha com bordados de Viana do Castelo.

Segue depois para a zona da Ribeira, onde a esperavam vários rabelos, das várias casa de vinho do Porto, também eles decorados com a pompa e circunstância que a ocasião pedia. Via-se pelo chão um tapete de flores, feito por mestres de Viana, com 150 metros de comprimento, com várias toneladas de camélias que foram levadas de camião.

Depois de almoçar na Casa do infante, um robalo assado e queijo da serra, visita o palácio da Bolsa e participa na abertura da exposição "Ingleses e o Porto".

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