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Israel afirma ver desafio e não receio de ataques cibernéticos

"Medo não é a palavra correta, porque, na nossa cultura, vemos que é uma preocupação, mas também é um desafio", refere Ron Gerstenfeld.

22 de abril de 2025 às 18:41

O diretor da Divisão dos Assuntos Económicos Europeus do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita afirmou esta terça-feira que Israel é um dos países mais atacados pelo cibercrime, pelo que a preocupação é grande, mas o desafio acaba por imperar.

Em declarações à agência Lusa, em Lisboa, Ron Gerstenfeld, comentava a questão sobre se Israel tem medo dos 'hackers' russos, chineses, norte-coreanos ou até norte-americanos, face aos desenvolvimentos em curso, como as guerras em que Israel está envolvido na Palestina ou entre a Ucrânia e a Rússia.

"Medo não é a palavra correta, porque, na nossa cultura, vemos que é uma preocupação, mas também é um desafio. Esses desafios, por exemplo, ajudam-nos, pois somos um dos países mais atacados no mundo, principalmente com o objetivo de terror, como o Irão, por exemplo, ou através da manipulação", argumentou.

"Podem vir da Rússia, da China, os ataques podem vir de todos os lados, mas nós acabamos por saber proteger as infraestruturas críticas e também as finanças. Sabemos que há 'hackers' que estão em África, que tentam manipular e piratear um dos nossos sistemas. Então, temos uma preocupação, mas vemos que é um desafio, e esse desafio também ajuda a sermos capazes de desenvolver novas medidas de proteção, feitas pelo Centro Nacional de Cibersegurança de Israel (INCD, na sigla inglesa)", disse.

Gerstenfeld falava à Lusa à margem da Conferência sobre Cibersegurança, organizada pela embaixada de Israel em Lisboa e em que participaram 12 empresas israelitas ligadas ao setor e mais de duas dezenas de companhias e entidades oficiais portuguesas com o objetivo de aproximar os dois países no combate ao cibercrime e quais as ferramentas à disposição.

Para Gerstenfeld, é muito importante poder partilhar a experiência com outros países, porque quando há algo novo em termos tecnológicos, "como a experiência de Israel, que é muito grande", do outro lado, Portugal, por exemplo, ou a União Europeia ficam mais dispostos a partilhar o conhecimento.

"Para nós, Israel, é muito crítico aprender. É muito importante mencionar que o ecossistema de proteção da segurança cibernética de Israel começou nos anos 1970 e 1980 do século XX, quando ninguém falava sobre o assunto. Inimigos comuns, como o Irão, já tentaram infiltrar-se no nosso sistema militar. A proteção da informação é considerada a quinta parte da segurança, do esforço militar, em vez de terra, ar, mar ou talvez a Guarda Nacional", indicou.

Na lista de empresas e entidades portuguesas presentes na conferência, cujo local de realização só era indicado após a respetiva inscrição para o evento, figuram, entre outros, nomes como a ANA -- Aeroportos, CTT, REN, EDP, E-Redes, Águas de Portugal (AdP), Galp, Jerónimo Martins, Metropolitano, Caixa Geral de Depósitos, Polícia de Segurança Pública (PSP) ou Marinha.

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