O regresso dos militares ocorreu após fortes críticas à sua actuação e postura e polémicas com as equipas de resgate brasileiras.
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Os 136 militares enviados pelo governo de Israel para ajudar as equipas brasileiras que tentam localizar e resgatar as vítimas da rutura de uma barragem de resíduos de ferro em Brumadinho, no estado de Minas Gerais, que matou mais de 100 pessoas e deixou 250 desaparecidas, abandonaram esta quinta-feira o Brasil e regressaram ao seu país.
O regresso dos militares das Forças de Defesa de Israel apenas três dias depois de terem começado o trabalho ocorreu após fortes críticas à sua actuação e postura e polémicas com as equipas de resgate brasileiras.
Segundo um comunicado divulgado pela Embaixada de Israel em Brasília, a missão dos israelitas, acertada entre Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chegou ao fim e foi um êxito.
A informação inicial, divulgada até pelo governo brasileiro, era de que os israelitas ficariam no Brasil o tempo que fosse necessário, provavelmente várias semanas, e que, além de ajudarem a localizar vítimas, após esse trabalho ajudariam igualmente técnicos brasileiros a aferir a segurança das principais barragens do país.
Apenas três dias depois, os militares regressaram a Israel, sob uma chuva de críticas de que tinham levado para o Brasil equipamentos que, apesar de serem de alta tecnologia, não se adequavam às características da tragédia de Brumadinho.
Além disso, ao longo dos três dias em que estiveram na área da tragédia, os israelitas adotaram uma postura de não submissão ao comando das operações, optando por realizarem um trabalho paralelo, sem sucesso apesar dos elogios feitos de forma diplomática esta quinta-feira por algumas autoridades brasileiras.
Esta quarta-feira, numa estranha conferência de imprensa, os israelitas defenderam que os equipamentos que levaram para Brunadinho já tinham sido usados em outras tragédias e sempre foram elogiados. Um diplomata israelita chegou a dizer que as críticas ouvidas no Brasil eram, na verdade, "ciúmes" de alguns pela capacidade tecnológica do seu país.
Na verdade, os aparelhos levados de Israel para o Brasil funcionam, como já funcionaram, em áreas de terramoto, quando vítimas soterradas em bolsões de ar até vários metros de profundidade conseguem manter-se vivas e são detectadas ou pela voz, pela respiração ou pelo calor do corpo.
No caso de Brumadinho, porém, além de a violência da rutura da barragem ter morto e destroçado imediatamente boa parte das vítimas, entre os 13 milhões de metros cúbicos de lama vazados havia toneladas de água altamente contaminada, inibindo a formação de bolsões de ar e resfriando os corpos soterrados.
Outro problema, bastamente ilustrado pelas emissoras de televisão que cobrem a tragédia 24 horas por dia, foi a não adaptação dos militares israelitas ao terreno, bem diferente do registado num abalo sísmico, onde os escombros normalmente são sólidos.
A região da cidade de Brumadinho atingida pela lama transformou-se numa vasta área de areia movediça em alguns pontos com mais de 10 metros de profundidade, onde os bombeiros brasileiros só conseguiam avançar rastejando, para dividirem o peso do corpo e não afundarem, o que os israelitas não queriam fazer ou não conseguiram quando o tentaram.
Até a emocionada homenagem feita pelos brasileiros cada vez que localizavam um corpo foi motivo de discórdia e constrangimento. Os bombeiros do Brasil uniam-se numa breve oração em redor da vítima, e os militares israelitas, com uma outra religião, recusavam participar na homenagem e afastavam-se.
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