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"Isto é a Suíça, não é Portugal": Artista chinês Ai Weiwei proibido de entrar na Suíça

Situação foi divulgada pelo artista e ativista nas redes sociais.

11 de fevereiro de 2025 às 12:47

O artista e ativista chinês Ai Weiwei embarcou num voo de Londres, em Inglaterra, para Zurique, na Suíça, na segunda-feira, mas foi impedido de entrar no país. 

A situação foi partilhada pelo artista na sua conta de Instagram, onde escreveu que lhe foi dito: "Isto é a Suíça, não é Portugal", fazendo referência ao período em que o artista residiu no nosso país. Ai Weiwei acrescentou que ficou a dormir num banco à espera do voo de regresso a Londres, marcado para as 6h50 desta terça-feira. 

Ver esta publicação no InstagramUma publicação partilhada por Ai Weiwei (@aiww)

Esta terça-feira, o artista e ativista, que é também uma das vozes mais críticas do governo chinês, partilhou as imagens do regresso forçado a Londres. 

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O porta-voz da polícia de Zurique confirmou à imprensa local que o artista não tinha os documentos necessários para entrar na Suíça, um país do espaço Schengen (que não inclui o Reino Unido).

Ai Weiwei passou três meses no seu país natal em 2011 sob prisão por alegada fraude fiscal, embora grupos de direitos humanos tenham afirmado que a perseguição teve motivações políticas.

Vive exilado em Portugal desde 2019 e já se deslocou à Suíça em várias ocasiões, onde participou em eventos culturais e exposições do seu trabalho.

Nascido em Pequim, na China, em 1957, Ai Weiwei tem desenvolvido o seu trabalho em instalação escultórica, cinema, fotografia, cerâmica, pintura, escrita e já expôs em instituições e bienais em todo o mundo.

O artista viveu fora da China durante 12 anos, nos Estados Unidos da América, na década de 80, tendo regressado ao seu país natal durante 20 anos, mas exilou-se desde 2015.

Nome maior da arte nas últimas décadas chegou a fazer parte da equipa que concebeu o chamado estádio Ninho de Águia, em Pequim, mas tornou-se num forte crítico do regime chinês, em particular na sequência do terramoto que atingiu Sichuan, em 2008.

Nos últimos anos, radicou-se no Alentejo.

Em 2023, recebeu o grau de doutor 'honoris causa' pela Universidade de Évora, que o distinguiu por ser "uma das figuras culturais mais destacadas da sua geração, e um símbolo da liberdade de expressão tanto na China como internacionalmente", sublinhou a instituição, na altura.

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