Conflito na IURD em Angola, igreja criada no Brasil por Edir Macedo, remonta a 2019.
A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola demarcou-se de "qualquer ato, discurso, ou ideia que incentive a violência e o ódio", numa aparente reação a acusações nesse sentido proferidas pela ala dissidente angolana esta semana.
A IURD vem "comunicar às autoridades públicas, a toda sociedade civil, e a quem interessar, que nos demarcamos de qualquer ato, discurso, ou ideia que incentive a violência e o ódio, quer de forma direta ou indiretamente", escreve Alberto Miapia Segunda, que dirige a denominada "ala brasileira" da IURD angolana, num comunicado com a data desta sexta-feira e divulgado hoje na página da igreja na rede social Facebook.
"Temos vivido nos últimos dois anos em Angola, momentos turbulentos, sendo vítimas de uma rebelião e perseguição feroz, por um grupo de indivíduos que buscam a qualquer custo atingir seus objetivos escusos, mas nunca, iremos compactuar com qualquer ato de resistência violenta", acrescenta Segunda.
O conflito na IURD em Angola, igreja criada no Brasil por Edir Macedo, remonta a 2019, quando um grupo de bispos e pastores angolanos decidiu afastar-se da igreja, acusando a parte brasileira de vários crimes, que resultaram na tomada à força de vários templos em todo o país.
A guerra entre "irmãos em Cristo" foi reavivada com a decisão de reabertura de templos da IURD encerrados há dois anos por decisão da Procuradoria-Geral da República angolana em plena celebração da Páscoa.
Um acórdão do Tribunal da Comarca de Luanda, datado de 31 de março de 2022, absolveu vários pastores da IURD de crimes que vinham sendo acusados e determinou o "levantamento das apreensões e a restituição imediata" dos templos, encerrados há dois anos.
A "ala brasileira" deu início à abertura dos templos, mas foi acusada pela ala rival de desrespeitar as instituições do Estado por alegadamente não ter a legitimidade para reabrir os templos.
"Esses indivíduos, Alberto Segunda, entre outros, à margem da lei, procederam à quebra dos selos da PGR, instigando ódio contra os fiéis em atos que chamamos de extremismo", disse em declarações à Deutsche Welle na passada quarta-feira Ângelo Canga, secretário para os assuntos institucionais da ala dos dissidentes.
"Estamos hoje e sempre, acreditando nas instituições e se necessário, travando batalhas nos campos do diálogo e judiciais, pois confiamos plenamente na justiça do nosso Deus", escreve Segunda no comunicado divulgado hoje.
"Com isso, todo e qualquer ato de manifestação que venhamos a utilizar, caso nos sintamos lesados em nossos direitos, será sempre respeitando os pressupostos da palavra de Deus e garantidos pela Constituição da República de Angola", acrescenta.
A reabertura dos templos foi interrompida na passada quarta-feira pela polícia angolana, que fez saber que o acesso aos mesmos continua interdito até o tribunal notificar as autoridades policiais do levantamento dessa interdição.
Na madrugada dessa quarta-feira, fiéis da IURD acusaram a polícia angolana de atos de agressão à entrada da Catedral do Maculusso, em Luanda, onde se encontravam em vigília.
Alberto Segunda deu conta numa conferência de imprensa nesse dia 20 que a reabertura dos templos da IURD, na semana anterior tinha sido seguida de alegadas "ameaças e intimidações" por parte de responsáveis do Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos (INAR, um departamento do Ministério da Cultura de Angola) e de agentes da polícia contra os seus fiéis.
A direção da IURD reconhecida pelo INAR é encabeçada pelo bispo Valente Bizerra Luís, que coordenava a comissão de reforma que entrou em conflito com a liderança brasileira da IURD em 2019.
Ambas as alas - a de origem brasileira, liderada agora pelo angolano Alberto Segunda, e a ala dissidente, angolana, dirigida por Valente Bizerra Luís - reclamam ser as legítimas representantes da igreja fundada por Edir Macedo.
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