Buscas de voluntários, indígenas, forças de segurança do estado do Amazonas e do Exército e da Marinha até agora não deram qualquer resultado.
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Completa este domingo uma semana o desaparecimento do jornalista inglês do The Guardian Dom Philips e do pesquisador e especialista em povos isolados brasileiro Bruno Araújo Pereira, vistos pela última vez na manhã de domingo passado, 5 de Junho, quando navegavam de lancha no Rio Itacaí, numa região remota da Amazónia, rumo à cidade de Atalaia do Norte, onde nunca chegaram. As buscas de voluntários, indígenas, forças de segurança do estado do Amazonas e do Exército e da Marinha até agora não deram qualquer resultado prático e o desânimo já toma conta de todos.
Dom e Bruno tinham ido visitar aldeias distantes no Lago do Jaburu, na Terra Indígena Vale do Javari, para ouvirem denúncias de indígenas e de ribeirinhos sobre a presença na região de garimpeiros, madeireiros e outros invasores ilegais. De acordo com essas denúncias, os invasores são protegidos por homens fortemente armados, que subjugam os habitantes locais e destroem a Natureza derrubando árvores nobres, poluindo os rios com mercúrio e outras substâncias altamente tóxicas em busca de ouro, e praticam pesca e caça de forma predatória.
Depois de passarem dois dias a visitar aldeias isoladas e a ouvir os relatos, Dom Philips e Bruno Pereira iniciaram a viagem de volta a Atalaia do Norte, na fronteira do Amazonas com o Peru, pouco depois das sete horas da manhã de domingo. Testemunhas contaram à polícia que a lancha onde iam Dom e Bruno foi seguida de perto por uma outra, pilotada por um pescador e caçador de nome Amarildo Costa Oliveira, conhecido na região como "Pelado", que carregava uma espingarda e tinha na cintura um cinturão cheio de cartuchos.
O jornalista do The Guardian e o guia brasileiro, que conhece profundamente a região, onde coordenou trabalhos com índios isolados por mais de 20 anos, não chegaram a Atalaia do Norte, desapareceram, tal como a lancha deles, sem deixar qualquer rasto, e as pessoas que os esperavam na cidade deram o alerta. Preso dois dias depois, Amarildo nega qualquer envolvimento no desaparecimento e, ao ser presente a uma juíza, que lhe decretou prisão preventiva, afirmou estar a ser usado como bode expiatório e ter sido brutalmente agredido e torturado pela polícia.
Uma semana depois do desaparecimento, que está a ter forte repercussão internacional e críticas generalizadas ao presidente Jair Bolsonaro pelo menosprezo com que trata o assunto e por não enviar para a região todos os meios necessários, os únicos possíveis vestígios de Dom e de Bruno não são nada positivos. Na lancha de "Pelado" a polícia encontrou manchas de sangue, e, perto do local onde Bruno e Dom foram vistos pela última vez, já perto de Atalaia do Norte, foi detetado o que a polícia classificou apenas como "material orgânico aparentemente humano", e vai ser feita a comparação com amostras genéticas de familiares dos dois desaparecidos para confirmar ou não se são compatíveis.
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