A edição de hoje
Ali Kamal Abdallah e o pai, Kamal Hussein Abdullah, de 64 anos, morreram quando a pequena fábrica familiar de produtos de limpeza que tinham na cidade de Kelya foi atingida por um ataque aéreo.
Um adolescente nascido no sul do Brasil e o pai dele, nascido no Líbano, que não tinham nada a ver com a guerra, morreram na sequência de um ataque israelita no Líbano, aumentando o número de civis inocentes da nova frente de guerra declarada pelas forças de Israel a pretexto de responder aos sucessivos ataques do Hezbollah, grupo extremista que controla o sul do território libanês, onde existe uma numerosa comunidade brasileira.
Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, nasceu na cidade brasileira de Foz do Iguaçu, no estado do Paraná, na fronteira com o Paraguai e a Argentina, uma região com forte presença de palestinianos. Ele e o pai, Kamal Hussein Abdullah, de 64 anos, morreram quando a pequena fábrica familiar de produtos de limpeza que tinham na cidade de Kelya foi atingida por um ataque aéreo de Israel.
Um irmão de 16 anos do jovem brasileiro morto, que foi ferido no ataque mas sobreviveu, e uma irmã de 21 que também trabalhava na fábrica da família conseguiram sair do Líbano e devem chegar no final desta quinta-feira, 26 de Setembro, ao Brasil. A mãe deles, mulher de Kamal Hussein, tinha deixado o Líbano há uma semana, já por a família temer o agravamento da crise militar com Israel, e o marido estava a tentar tirar de lá toda a família, mas os voos escasseiam e saem superlotados.
A família Abdallah viveu por mais de 10 anos em Foz do Iguaçu, mas há cerca de quatro anos parte dela, incluindo Ali e o pai, decidiu ir para o Líbano e abrir um pequeno negócio que pudesse empregar todos os filhos de Kamal e outros familiares. O sonho de prosperar no país de origem e, a pouco e pouco, chamar todo o resto da família que ainda ficou no Brasil, terminou esta semana de forma trágica, quando o foguete israelita matou pai e filho e destruiu toda a fábrica.
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