Moçambique pretende levar eletricidade a mais 600 mil casas este ano, ultrapassando as 563 mil ligações em 2024, segundo previsões do Governo.
Cansado dos cortes de energia que o impediam de estudar à noite, Faife, aluno da 11.ª classe na província moçambicana de Nampula, decidiu fintar o destino com um projeto para gerar eletricidade com limão e cebola.
O jovem, de 21 anos, decidiu assim não se vencer pelas oscilações e cortes de energia elétrica que assola o bairro onde vive em Ribáué, a mais de 140 quilómetros da capital da província, Nampula, norte de Moçambique, e colocou em prática o que aprendeu nas aulas.
"Os cortes de energia aconteciam quase todas as noites, e isso dificultava rever a matéria ou fazer os trabalhos de casa. Foi aí que pensei por que não usar aquilo que aprendo na escola para resolver um problema real", contou à Lusa Faife da Costa, estudante na Escola Secundária de Ribáué, por entre um sorriso tímido.
Com apenas fio de cobre e alumínio, o jovem montou um circuito simples, capaz de gerar eletricidade a partir da reação química entre o ácido cítrico do limão e as substâncias presentes na cebola. O resultado foi surpreendente: uma luz suficiente para iluminar o seu quarto e permitir continuar a estudar.
Trata-se de uma experiência também conhecida por pilha eletroquímica caseira que gera assim uma pequena voltagem, suficiente por exemplo para alimentar uma pequena lâmpada LED.
Apesar de se tratar de um projeto que, nesta fase inicial, produz apenas energia limitada, o estudante vê um grande potencial pela frente: "Por enquanto a minha invenção serve apenas para iluminar a casa. Mas sonho em aperfeiçoar o sistema para que possa também alimentar pequenos aparelhos elétricos, como rádios e carregadores de telemóvel".
Por outro lado, mais do que uma solução pessoal, o jovem pensa igualmente em expandir o projeto para beneficiar comunidades que ainda vivem sem corrente elétrica, principalmente nas regiões mais recônditas da província.
"Há muitos lugares que vivem na escuridão. Gostava que a minha ideia ajudasse essas pessoas a terem luz e a melhorarem as suas condições de vida", afirmou.
Entretanto, a falta de recursos e de apoio técnico tem sido um dos principais obstáculos. Mas mesmo assim, o jovem promete continuar firme no propósito de transformar o seu sonho em realidade.
"Se tivesse apoio, poderia testar novos materiais, melhorar o sistema e até criar um protótipo mais resistente e duradouro", contou, acrescentando: "Quero mostrar que não é preciso muito para mudar alguma coisa. Às vezes, basta acreditar, tentar e não desistir".
Moçambique garantiu 434.289 novas ligações à rede elétrica em 2025 no âmbito do Programa Energia para Todos, que está a permitir um crescimento anual de 7%, até à cobertura total prevista para 2030, anunciou na terça-feira o Governo.
"Com a implementação do programa, a taxa de ligação é agora de mais de 500 mil, sendo que para 2025 já foram alcançados 434.289 novas ligações, o que corresponde a 72,4% da meta anual", afirmou o porta-voz da sessão desta quarta-feira do Conselho de Ministros, Salim Valá, que é também ministro da Planificação e Desenvolvimento.
A evolução desta cobertura foi analisada pelo Conselho de Ministros, com Salim Valá a explicar que a execução do Programa Energia para Todos, iniciado em 2019, "permitiu assegurar um aumento médio de cerca de 7% da taxa de acesso", destacando que antes do lançamento da iniciativa o número de ligações anuais era inferior a 150 mil.
O ministro afirmou ainda que a meta do programa é alcançar cobertura elétrica universal até ao final da década: "O programa permitirá aumentar o nível de acesso para 100% até 2030, garantindo que todos os moçambicanos tenham acesso à energia elétrica".
Moçambique pretende levar eletricidade a mais 600 mil casas este ano, ultrapassando as 563 mil ligações em 2024, segundo previsões do Governo.
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