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Kamala Harris vai propor proibição federal nos EUA de manipulação de preços dos alimentos

Proibição visa impedir que as empresas do setor alimentar aumentem injustificadamente os preços.

15 de agosto de 2024 às 16:48

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, vai propor esta sexta-feira uma proibição federal da manipulação dos preços dos alimentos no seu primeiro discurso de política económica como candidata democrata à Casa Branca, na Carolina do Norte.

A proibição visa impedir que as empresas do setor alimentar aumentem injustificadamente os preços e faz parte do plano mais vasto da candidata à presidência dos Estados Unidos para combater a inflação, informou hoje a campanha de Harris num comunicado.

Segundo a campanha, nos seus primeiros 100 dias como presidente, Harris tenciona implementar a primeira proibição federal de sempre sobre a subida dos preços dos produtos alimentares, estabelecendo regras claras para que as grandes empresas não possam aumentar artificialmente os preços para obter lucros enormes.

Se for eleita e se este plano for implementado, será possível que os procuradores-gerais dos estados e a Comissão Federal de Comércio, uma agência governamental que defende os direitos do consumidor, investiguem e punam as empresas que violem a proibição federal.

Paralelamente, o plano inclui investimentos para o Governo federal combater práticas anticoncorrenciais e fundos para apoiar pequenas empresas na indústria alimentar, incluindo processadores de carne independentes, uma vez que este setor é atualmente dominado por grandes corporações.

De facto, a campanha de Harris avançou que no seu discurso na Carolina do Norte, na sexta-feira, a candidata democrata planeia visar especificamente a indústria da carne, em que quatro grandes empresas controlam a maior parte do mercado e registaram lucros recorde no rescaldo da pandemia de covid-19.

Devido à falta de concorrência, estas indústrias têm, tradicionalmente, podido ter um poder discricionário de fixação de preços, fazendo com que os consumidores paguem mais pelos seus produtos e reduzindo o que pagam aos agricultores.

No seu discurso, Harris fará um contraste entre a sua agenda económica e a do antigo presidente e candidato republicano às eleições de novembro, Donald Trump, a quem acusará de defender uma política económica que vai prejudicar a classe média.

O discurso de Harris surge numa altura em que a economia continua a ser um dos principais temas para os eleitores.

De acordo com uma sondagem da rádio NPR e da PBS divulgada na semana passada, os americanos confiam mais em Trump do que em Harris para lidar com a economia, embora as opiniões estejam muito divididas: 51% dizem que Trump seria melhor a lidar com a economia, enquanto 48% preferem Harris.

O discurso de Harris tem também um caráter simbólico, uma vez que a Carolina do Norte é um estado que os democratas esperam ganhar nestas eleições, mas que votou sempre no candidato presidencial republicano no último meio século, com exceção de Barack Obama nas eleições de 2008 e Jimmy Carter nas eleições de 1976.

Harris, cuja campanha despertou um novo entusiasmo, está a centrar a sua mensagem na economia nos dias que antecedem a Convenção Nacional Democrata em Chicago, onde será oficialmente proclamada como a candidata do partido às eleições de novembro.

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