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Lula da Silva deixa a prisão e chega a São Paulo para ir ao funeral do neto de sete anos

Menino morreu durante um quadro agudo de meningite meningocócica.

02 de março de 2019 às 14:17

O ex-presidente brasileiro Lula da Silva chegou pouco depois das 8h30 deste sábado a São Paulo, horário local, 11h30 em Lisboa, para participar no final do velório e na cerimonia de cremação do neto Artur Araújo Lula da Silva, de apenas sete anos, que morreu esta sexta durante um quadro agudo de meningite meningocócica.

Lula, que cumpre pena de 12 anos de cadeia por corrupção em Curitiba, no sul do Brasil, foi autorizado excepcionalmente pela justiça a deixar a prisão por algumas horas e viajar a São Paulo para poder despedir-se do seu neto favorito, que deve ser cremado às 12 horas locais, 15 horas na capital portuguesa.

Todo o trajeto do ex-presidente da prisão em Curitiba até ao Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo, cidade vizinha a São Paulo onde Lula vivia e iniciou a vida política, foi feito por via aérea por motivos de segurança. Um helicóptero da Polícia Civil (Judiciária) foi buscar o ex-presidente no terraço da sede da Polícia Federal de Curitiba, onde ele está preso desde 7 de abril do ano passado, e levou-o para o aeroporto da cidade.

Um avião emprestado pelo governador do estado do Paraná, Ratinho Júnior, levou o antigo chefe de Estado de Curitiba, que é a capital estadual, até ao Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Daí , um outro helicóptero transportou Lula diretamente para o cemitério em São Bernardo do Campo, onde foram tomadas rigorosas medidas de segurança para isolar e proteger o antigo governante.

Todas estas medidas serviram para evitar aglomerações e manifestações contra e a favor de Lula, que continua a suscitar paixões nos dois sentidos entre a militância de esquerda e os apoiantes do novo presidente, Jair Bolsonaro, de extrema-direita. O regresso a Curitiba deve acontecer ainda este sábado, novamente por via aérea.

O próprio Lula mandou o Partido dos Trabalhadores apelar aos militantes para não convergirem para o cemitério e não se manifestarem, para evitar problemas com a polícia e com a justiça. Em 29 de janeiro, por ocasião da morte de um dos irmãos, Genival Lula da Silva, Lula teve negado o pedido para ir a São Bernardo do Campo para acompanhar o funeral por temor das autoridades de que simpatizantes seus promovessem atos de protesto contra a sua prisão, considerada injusta e política pelo Partido dos Trabalhadores.

Além da possível comoção dos simpatizantes ao verem Lula pela primeira vez desde a prisão, ocorrida exatamente em São Bernardo do Campo, havia o temor de atos hostis contra o ex-presidente, instigados por declarações públicas totalmente descabidas num momento como este, como as de Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, que exteriorizou no seu Twitter a sua revolta contra a autorização dada a Lula, a quem chamou de larápio.

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