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“Lutaremos até ao fim”: Donald Trump mantém posição negacionista do resultado das eleições presidenciais

Presidente dos Estados Unidos usou discurso na Geórgia para repetir acusações de fraude e ameaças de recusar deixar a Casa Branca.

06 de janeiro de 2021 às 01:30

No mesmo dia em que foi divulgado um telefonema em que Donald Trump pressionou um responsável da Geórgia para alterar os resultados eleitorais que deram a vitória a Joe Biden naquele estado, o presidente dos EUA repetiu ameaças de não aceitar a derrota nas presidenciais. “Não levarão esta Casa Branca de maneira alguma. Posso garantir-vos que lutaremos até ao fim.”

Esta declaração foi proferida em Dalton, Geórgia, na noite de segunda-feira, num comício de apoio aos dois candidatos republicanos que ontem disputaram a segunda volta da corrida ao Senado. O escrutínio decide se os republicanos seguram a maioria na Câmara Alta do Congresso, mas Trump preocupou-se mais com a sua humilhação eleitoral e, esquecendo que podia desmotivar os eleitores, pôs de novo em causa o sistema eleitoral, manipulado, segundo ele, para lhe roubar a reeleição para a presidência.

“O mundo inteiro está a rir-se das nossas eleições”, afirmou, lamentando que o Supremo Tribunal não tenha dado razão às queixas de fraude, e ameaçou: “Vamos voltar, e estou certo de que vamos recuperar o que nos fizeram a 3 de novembro.” Trump instou ainda o vice-presidente Mike Pence, que esta quarta-feira preside à sessão no Senado que certificará a eleição de Biden, a usar o seu papel (puramente cerimonial) para rejeitar os resultados eleitorais.

As autoridades de Washington pediram aos apoiantes de Trump para não irem armados para as marchas desta quarta-feira na capital dos EUA, pois o porte de armas em manifestações é ilegal. Instaram ainda os residentes a evitarem os locais onde se manifestarão grupos extremistas, como os Proud Boys.

Um grupo de 11 senadores republicanos liderado por Ted Cruz anunciou que vai contestar esta quarta-feira, no Senado, os resultados das presidenciais e exigir “uma auditoria de emergência”.Líder de milícia preso antes de protestos

O líder do grupo de extrema-direita Proud Boys foi ontem detido em Washington. A detenção de Enrique Tarrio aconteceu na véspera da confirmação de Joe Biden no Congresso, que os Proud Boys ameaçam contestar com uma grande manifestação nas ruas da capital dos EUA.

Resultados na Geórgia podem demorar

O resultado da segunda volta das eleições para o Senado na Geórgia ameaça demorar. Caso se confirme votação equilibrada nos republicanos que tentam a reeleição e nos rivais democratas, o escrutínio pode prolongar-se mais de uma semana, como nas presidenciais, em que Biden bateu Trump por margem apertada naquele estado. Uma vez mais, o voto por correspondência pode justificar a demora e ameaça causar nova polémica.

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