Receio de inundações levou o Governo do território a apelar à evacuação das áreas baixas da península. Centros de acolhimento de emergência já acolheram mais de 600 pessoas.
O supertufão Ragasa, a mais poderosa tempestade registada no planeta em 2025, está a passar ao largo das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, após causar, pelo menos, 14 mortos em Taiwan e três nas Filipinas.
Às 10:00 (03:00 em Lisboa), o Ragasa estava a cerca de 100 quilómetros a sudoeste de Macau, onde as rajadas de vento já atingiam 146 quilómetros por hora nas pontes que ligam a península às zonas periféricas da Taipa e Coloane.
Estas pontes, assim como aquelas que ligam Macau às vizinhas regiões de Hong Kong e Hengqin (ilha da Montanha) foram cortadas, as ligações marítimas entre Macau e o interior da China suspensas e as fronteiras encerradas.
Macau já tinha subido o nível de alerta para 10, o mais elevado, às 05:30 locais (22:30 em Lisboa), mantendo o aviso vermelho (o segundo mais alto) para possíveis inundações nas áreas baixas da cidade. A escala de alerta de tempestades tropicais é formada pelos sinais 1, 3, 8, 9 e 10, com a emissão a depender da proximidade da tempestade e da intensidade do vento. Com o nível das águas a subir, a Companhia de Eletricidade de Macau (CEM) alertou, às 10:15 (03:15 em Lisboa) que irá cortar a energia no Porto Interior, Praça de Ponte e Horta, Barra e Patane, todas situadas na península de Macau.
A concessionária justificou a decisão com a necessidade de "garantir a segurança pública e proteger as instalações de fornecimento de energia" e prometeu retomar o fornecimento "o mais rápido possível após as inundações".
O receio de inundações levou o Governo do território a apelar à evacuação das áreas baixas da península. Os centros de acolhimento de emergência tinham acolhido 640 pessoas até às 10:03 (03:03 em Lisboa). Os serviços de abastecimento de água tinham emitido igualmente um apelo às entidades gestoras dos edifícios altos nas zonas baixas da cidade para encherem "os depósitos de água potável dos edifícios antes do [eventual] corte de energia".
O Centro de Operações de Proteção Civil registou 23 ocorrências, sobretudo devido à remoção de objetos em risco de queda ou que já tinham caído. Foi registado um ferido, de acordo com os Serviços de Saúde. Em Hong Kong, ventos fortes arrancaram partes do telhado de uma passagem superior para peões e derrubaram árvores por toda a cidade. Cerca de 13 feridos foram assistidos em hospitais. Hong Kong emitiu o nível de alerta máximo pela segunda vez este ano, o que acontece pela primeira vez em décadas. O único caso anterior de emissão do alerta máximo ocorreu em 1964, durante os tufões Ruby e Dot, desde que os registos começaram em 1946.
Em Macau - capital mundial do jogo e único local na China onde o jogo em casino é legal - todos os casinos receberam instruções para encerrar e proceder às diligências necessárias à segurança dos clientes e hóspedes. O Centro Meteorológico Nacional da China já tinha classificado o Ragasa como a pior tempestade já registada no planeta em 2025, comparável ao Mangkhut (2018) e ao Hato (2017).
Em setembro de 2018, o tufão Mangkhut provocou 40 feridos e inundações graves em Macau. Um ano antes, o Hato, considerado o pior tufão em mais de 50 anos a atingir o território, causou dez mortos e 240 feridos. Mais de um milhão de pessoas foram realojadas na província de Guangdong, que faz fronteira com Hong Kong e Macau, informou a televisão estatal chinesa CCTV.
A agência meteorológica chinesa previu que o supertufão atingiria a costa entre as cidades de Taishan e Zhanjiang entre a tarde e a noite de hoje. Escolas, fábricas e serviços de transportes públicos foram suspensos em cerca de uma dezena de cidades no sul da China.
Na terça-feira, o Ragasa passou pelo norte das Filipinas, onde causou três mortos, cinco desaparecidos e desalojou mais de 17.500 pessoas em inundações e deslizamentos de terra, disseram as autoridades. Na região de Hualine, no leste de Taiwan, pelo menos 14 pessoas morreram e 18 ficaram feridas e várias estão desaparecidas na sequência do transbordamento de um lago devido às intensas chuvas. Os tufões são fenómenos meteorológicos recorrentes no sudeste da China e em Taiwan durante o verão e o outono, quando as águas quentes do Oceano Pacífico levam à formação de ciclones.
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