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Manifestações na Indonésia contra perseguições da minoria rohingya na Birmânia

Manifestantes, a maioria mulheres, juntaram-se à porta da embaixada da Birmânia em Jacarta com cartazes, censurando a resposta das tropas.

04 de setembro de 2017 às 13:44

Centenas de indonésios instaram esta segunda-feira o Governo birmanês a cessar a perseguição dos rohingya, em resposta à campanha do exército para combater os ataques de insurgentes dessa minoria muçulmana no oeste do país.

Os manifestantes, a maioria mulheres, juntaram-se à porta da embaixada da Birmânia em Jacarta com cartazes, censurando a resposta das tropas.

Os soldados iniciaram no final de agosto uma "operação de limpeza", após o ataque armado contra dezenas de postos oficiais por centenas de insurgentes, sob o comando do Exército de Salvação do Estado Rohingya (Arakan Rohingya Salvation Army, ARSA), a 25 de agosto.

Centenas de pessoas, a maioria rohingyas, morreram durante estes ataques e posterior ofensiva governamental, de acordo com testemunhos.

O protesto de segunda-feira junto à representação diplomática acontece um dia depois de o ataque com 'cocktails molotov' contra a embaixada, em que não foram registados feridos, durante uma manifestação.

A ministra dos Negócios Estrangeiros indonésia, Retno Marsudi, viajou esta segunda-feira para a Birmânia para se reunir com a sua homóloga, Aung San Suu Kyi, para abordar o 'surto' de violência.

Retno Marsudi indicou em comunicado que visita de um dia pretende "ajudar a superar a crise humanitária" que obrigou cerca de 30 mil rohingya a deslocarem-se para o Bangladesh nas últimas semanas.

Um ataque semelhante foi atribuído ao ARSA em outubro do ano passado. Nove polícias morreram nesse ataque que desencadeou uma operação de represália do exército.

A ONU e várias organizações condenaram essa ofensiva militar, denunciando todo o tipo de abusos contra a população civil, incluindo homicídios, saques e violações, resultando na fuga de cerca de 74 mil rohingyas para o Bangladesh.

Mais de um milhão de rohingyas vivem em Rakhine, no oeste da Birmânia, onde sofrem crescente discriminação desde o início da violência em 2012, que causou pelo menos 160 mortos e deixou cerca de 120 mil pessoas confinadas a 67 campos de deslocados.

As autoridades birmanesas não reconhecem a cidadania aos rohingya e consideram-nos imigrantes, impondo-lhes múltiplas restrições, incluindo a privação de liberdade de movimentos.

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