Situação verifica-se em todos os países que possuem a versão analógica, e não a versão digital já incluída nos Leopard 2 A7.
Especialistas militares apontam a manutenção como maior fragilidade dos três carros de combate Leopard 2 que Portugal vai disponibilizar à Ucrânia em condições de funcionamento.
"A maior fragilidade deste carro de combate [Leopard 2 A6, de fabrico alemão] é que os sistemas são analógicos, daí alguma dificuldade na manutenção, porque a substituição teria de ser feita à conta de sobressalentes que já estão descontinuados", referiu à Lusa o coronel Mendes Dias.
De acordo com o analista militar, esta situação verifica-se em todos os países que possuem a versão analógica, e não a versão digital já incluída nos Leopard 2 A7, o modelo mais recente e integrado no Exército alemão.
"Temos 37 Leopard, estão todos na Brigada Mecanizada de Santa Margarida, 31 estão no grupo de carros de combate e seis no esquadrão de reconhecimento", indicou.
"Em termos de grau de operacionalidade, se estiver tudo operacional, cor verde, se tiver um extintor que passou um dia o prazo de validade, cor amarela, se tiver um problema mais grave, cor vermelha", prosseguiu.
"O facto de estar em cor amarela não significa que não cumpra missões operacionais. Mas são carros muito exigentes. Portugal tinha quatro carros de combate de cor verde, muitos em vermelho e alguns em amarelo com diversos problemas deste tipo, mas que estavam prontos a desempenhar missões", elencou.
Já na perspetiva do major-general Carlos Branco, Portugal não deveria disponibilizar a sua "jóia da coroa", numa referência aos Leopard 2 A6, antes optar pelo treino de soldados ou disponibilizar outros veículos, como as viaturas M113, da década de 1960, 14 das quais já foram enviadas para a Ucrânia.
De acordo com diversas fontes, muitas destas viaturas têm falta de substitutos, para além de muitas permanecerem inativas, como os carros de combate M60, com as peças sobressalentes a serem vendidas aos turcos.
"A lógica de enviar três ou quatro tem que ver com o facto de termos de continuar a possuir carros de combate", sustentou Mendes Dias, que deteta um perigo no envio de armamento ocidental sofisticado para a Ucrânia.
"O facto de esse armamento ser capturado pelo lado russo, porque ficam a conhecer a nossa tecnologia, pode e deverá acontecer, os russos já capturaram um sistema [de artilharia] Himars. Em paralelo, o tanque T-90 russo [o mais recente] tem estabilizador de tiro e a Rússia está a produzir 40 por mês. Para enfrentar o problema temos de dizê-lo", destacou.
Ainda na perspetiva de Mendes Dias, não fazia sentido apenas enviar um ou dois destes veículos, por motivos operacionais.
"Como tudo o resto, atuam em unidades. Do ponto de vista tático e de comunicações têm de manobrar, teriam de ser três ou quatro porque isso é a unidade mínima constituída, um pelotão de combate, onde as pessoas se conhecem e manobram do ponto de vista tático. Se cada um enviar o seu carro, haverá problemas nas cadeias logísticas, de treino... demorava um ano e meio", frisou, antes de voltar a sublinhar a necessidade de um melhor esclarecimento das opiniões públicas.
"Nunca conhecemos totalmente o oponente e os meios que temos... Se as opiniões públicas não estiverem formadas com alguma certeza, será muito difícil pedir o seu apoio, e os seus euros", concluiu.
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